O anjinho brincalhão.

Sempre me sentava na salinha de minha avó, sentindo que ali estaria guardada de qualquer perigo. Não preciso dizer que me escondia também depois de alguma travessura. Era uma salinha pequena mas muito bem arrumadinha apesar de ter muita costura de minha avo, que estava sempre as voltas com botões tesouras... Aquele era um dia de verão pesado, estava muito calor e cansei de brincar no quintal de casa.
Chamei meus amiguinhos e fomos pra dentro, onde? É claro para a salinha preferida. Sentamos nas almofadas coloridas e macias e começamos a falar de um monte de coisas. Dizia o Júlio que era o mais falante:
-Não tenho medo de nada não sou medroso.
Dizia isto, porque estávamos brincando de contar historias de medo!
Cada um contou uma.
Foi quando me lembrei o que havia acontecido alguns dias atrás comigo.
Querem ouvir ?perguntei meio que ressabiada.
Sim responderam meus amigos.
-Bom, endiretei-me na almofada e comecei;
-Terminei de jantar e como sempre ficamos um pouco mais para contar nosso dia. Passado algum tempo minha mãe já olhou para mim dizendo esta na hora. Levantei-me despedi-me de todos e fui para meu quarto. Não tinha sono então peguei um livro para ler. Sentado em minha cama percebi que alguma coisa havia entrado pela janela!
-O que foi perguntaram todos já impacientes.
-Não sei pois estava distraída com o livrinho na mão.
Mas de repente o livro foi para o chão, voou mesmo!
Fiquei assustada e então vi o anjinho nos pés de minha cama!
Estava tão assustada que perdi a voz! Ele foi logo dizendo;
Vamos brincar?
Consegui balbuciar, como? É vamos brincar um pouco. Aproximou-se de mim e brilhava muito.Seus olhinhos eram bem escuros e seu rostinho pequeno e cor de rosa...parecia um bebê. Logo saltou da cama e foi pegar meus soldadinhos meu robô e esparramou pelo chão. Venha sentar comigo me disse.E eu, espantada+ que estava sentei-me ao seu lado. Devagar fui relaxando e brincando com ele.Era muito alegre e tudo parecia novidade.
Há certa hora disse-me:
Bem agora tenho que voltar pois tenho tarefas a cumprir.
Mas voltarei para de novo brincarmos.
Assim como veio foi-se!
O quarto ainda estava iluminado quando minha mãe entrou.
-Com quem você estava falando?
-Com o anjinho brincalhão disse eu.
-Ah...respondeu minha mãe.
-Porque será que não acreditam na gente?
Um dia vou pedir para ele ir lá no quarto dela espalhar suas coisas quem sabe ela acabara acreditando. Ali continuamos sentados e outras historias vieram e ninguém percebeu mas o anjinho estava bem quietinho no canto e sorria para mim. Gostaria que ele fizesse uma brincadeira com meus amigos, mas ele me disse que cada um de nós tem um anjinho . Levantamos e cada um foi para sua casa, e eu?
Bem voltei para meu quarto mas ele não estava lá. Dormi pensando amanhã ele volta, e voltou muitas vezes. E você já viu seu anjinho hoje?

Meu Reino Encantado.

Jamais esquecerei o meu espaço encantado! Todos nós devemos lembrar de um lugar onde magias acontecem.O meu espaço era no fundo de meu imenso quintal no alto de uma enorme goiabeira. Sempre que podia me refugiava lá no alto.Levava comigo o meu Louro, que era o papagaio mais engraçado que já vi em minha vida.Se não o levasse, gritava por mim o tempo todo deixando meus familiares doidos.
Desta arvore lá no topo eu via toda minha casa e quintal.E que belo quintal, tínhamos de tudo desde arvores de pêra de duas qualidades e parreiras de uvas, brancas rosadas e pretas. A horta era cuidada pelos meus avós e no meio de legumes e folhas havia também muitas flores.Era lindo de se ver, tenho na memória até hoje.
Bem mas na goiabeira eu fazia mil estripulias. Era o meu palco, acrobacias de ponta cabeça cantava tudo que sabia e pensava mil coisas... Lá embaixo eu via as galinhas ciscando e comendo as goiabas maduras que caiam.Havia muitos ovos para recolher no fim da tarde dos ninhos todos ajeitados ali mesmo.
Meus pais comercializavam aves e ovos, e sempre havia um freguês por ali. Certo dia chegou num engradadinho um porquinho marrom muito pequenino. Fiquei curioso e desci para ver de perto.O coitadinho era muito magrinho eu disse para minha mãe. Ela me respondeu:
- Não se incomode ela vai engordar.
Soube então que era uma leitoa. Voltei ao meu refugio para poder brincar um pouco mais lá em cima, era uma sensação de plena liberdade apesar de meus avós não gostarem muito.Achavam que eu iria cair...e poderia mesmo. No meu quintal eu tinha vários esconderijos.É, guardava meu pião e minhas fubecas em cantinhos que ninguém iria achar. Por que?
Bem, era menina e menina não brincava com piões e fubecas e figurinhas!
Não havia quem ganhasse de mim no bafo de figurinhas ou nas fubecas. É claro que tinha minhas bonecas e panelinhas também, mas sempre gostava de desafiar os meninos empoados da minha rua. Certa vez dois deles me jogaram na piscina do clube.Quase morri afogada do susto que levei.
Esperei me recuperar e então um por vez dei uma surra neles que até hoje se lembram... Eu era muito danada. Não sei explicar o que havia, mas no alto da arvore me sentia mágica.parecia que podia tudo.
Via o céu mais de pertinho, e tudo lá embaixo me esperando. O tempo foi passando e fui me afeiçoando a leitoa que crescia comigo. Aonde eu ia ela estava atrás.Quando chegava da escola era uma festa para ela e meu louro.
Sem que eu percebesse ela sumiu. Minha mãe não me deu muita explicação, chorei um pouco e acreditei no sumiço dela. O tempo foi passando, cresci e outras mágicas tive que aprender, agora para sobreviver. Estudar, ajudar ser educada aprender piano e não subir mais em árvores, pois mocinha não faz isso!
Eu hein, continuei mesmo sem o meu lourinho apenas com minhas fantasias e lembranças que ninguém tirará de mim.
Hoje, a árvore ainda existe atrás de uma grande loja firme lá no mesmo lugar.
Passo de carro, pois se tornou uma grande avenida, e revejo toda minha infância na minha querida General Glicério que foi o grande palco de minha infância.
Tenho na memória a lembrança de todo o quintal, da rua do caminho que fazia para ir a escola. Uma por uma revejo as casas de meus antigos amigos e amigas.
Meu reino encantado que divido com vocês. E o seu já está se formando? Cuide bem para ter o prazer de poder revê-lo depois.
Mesmo sem um grande quintal como foi o meu, dá para termos nossos momentos e nossas magias e nossos amigos.
Um grande abraço.

A SOMBRA E A LUZ

Pedrinho brincava na saleta, quando percebeu algo mais além de seus brinquedos e jogos. Algum tempo atrás sua tia já tinha feito este tipo de brincadeira, projetando na parede cachorros cobras e etc. Mas o que via agora era ele mesmo.
Hei, disse:
Somos iguais não é mesmo?
E a sombra respondeu:
Iguais, somos o mesmo...
Meio que incrédulo Pedrinho começou a fazer algumas perguntas e gestos. Tudo era repetido pela sombra. Ficou assim por um bom período, até que sentindo que a saleta estava meio escura, acendeu a luz que era bem forte. A sombra sumiu!
Cadê você? Perguntava Pedrinho?
E uma voz bem fraquinha respondeu:
Estou indo embora.
Mas por quê?
A Luz não posso com a Luz!
Pedrinho ficou sem saber o que fazer, logo agora que estava sendo interessante brincar com a sombra.
Estava realmente na hora de parar de brincar ir tomar seu banho para o jantar. Foi então que sua tia entrou na saleta. Pedrinho logo foi contando sua nova experiência.
Sente-se ao meu lado Pedrinho quero contar algo para você, disse a tia.
Existe a Sombra e a Luz como você mesmo viu, não é?
Sim disse Pedrinho.
Pois bem, também existem vários tipos de Sombras, mas Luz uma só.
É mesmo?
A Sombra boa é aquela que ajuda as pessoas.
Mas por que elas são Sombras, titia?
Por que você é um menino Pedrinho?
É existem coisas que ainda não entendemos não é mesmo?
Assim terminaram a conversa e Pedrinho ficou ali pensando.
Aprendi que não importa quem eu seja, devo sempre ajudar quando posso.
E vou começar já, arrumando esta bagunça que armei aqui, assim estarei ajudando a mamãe.
A noite descia já. Era como uma grande Sombra que envolvia a terra deixando-a mais fresca para se descansar depois de um dia cheio de Luz.
Não há porque ter medo da Sombra do Escuro seu companheiro, estão ali cumprindo suas tarefas, assim como a Luz também. Terminou foi para seu banho, jantou e foi para o quarto ver se ainda conseguia brincar com a Sombra sua nova amiguinha.
E você já encontrou com a sua?
Procure que ela esta bem pertinho de você, pronta para brincarem juntos.

Tilili e a gatinha Mimi

A casa da esquina era impressionante. Desde a entrada com portões grandes circundados por arvores, até as janelas sempre abertas e o alvoroço de crianças que brincavam. Crianças felizes naturalmente pois se ouvia o riso no outro quarteirão.Vovó são pessoas ricas que moram ai não é mesmo?-Não sei meu querido, depende o que você acha que é ser rico.-Ora vovó, eu acho que é ter uma casa muito grande, carro dinheiro...-E o que mais me diga?-Acho que isso e tudo disse Pedrinho.-Vejo que você precisa aprender um pouquinho mais, faz tempo que não damos uma voltinha juntos não é mesmo?-Vamos nos sentar a sombra daquela arvore, o banco lá já me conhece...Assim avó e neto sentaram-se à sombra de uma linda quaresmeira uma árvore que dá flores muito lindas quase que o ano todo.-Bem Pedrinho ser rico não é só do jeito que você pensa. As pessoas precisam sim de dinheiro, uma casa para morar e se possível um carro e dinheiro para comprar o que precisa. O problema está em querer muito, virar o que se diz ganancioso.-Credo vovó o que é isso?-Um dia você entenderá meu querido.-Mas voltando aquela casa que passamos tem uma historia muito bonita e você vai gostar.Pedrinho arrumou-se todo para ouvir a avó.-Lá moram cinco crianças, 2 meninos e três meninas. São crianças felizes vão as escolas e tem pais muito bons. É, você adivinhou, são ricos sim, mas excelentes pessoas. Na casa existe a Tilili, que é a cachorrinha deles, veio para a casa com dois meses e foi criada por eles. As crianças adoram Tilili. Certo dia apareceu na porta do casarão uma gatinha ainda bebezinho. Miava muito, pois tinha sido abandonada ali por alguém. As crianças imediatamente recolheram a gatinha e alimentaram-na com mamadeira. A mãe das crianças não queria que eles ficassem com Mimi, assim a chamaram as crianças. Pediram choraram, você sabe como criança faz não é mesmo?Pedrinho meneou a cabeça num sim.-Pois bem, sabe quem resolveu a questão?-Não...-Tilili adotou a gatinha como se fosse sua filhinha. Era engraçado ver a gatinha atrás dela. Ou dormindo bem juntinho dela. Afinal dizem que gato e cachorro não se dão bem, não é?
-E como foi vovó?-As crianças foram dormir e a mamãe deles colocou a gatinha na soleira da porta na rua, pois Tilili deu um jeito de sair e trouxe a gatinha para dentro de casa. Os pais das crianças viram e ficaram emocionados.Pedrinho estava encantado com a história.-Sabe meu neto, mãe é a que cria alimenta leva na escola dá carinho, não importa se nasceu da barriga de outra pessoa.-É mesmo vovó. Quer dizer que o Ditinho é seu filho então?-Sim meu lindo, filho do meu coração.-Existem filhos do coração vovó?-Sim e muitos.Eles precisam saber que são do coração e não da barriga.-E o amor é igual das duas mães...-Então eu quero arrumar duas mães vó, uma de barriga e outra de coração;-Não brinque com isso Pedrinho,eu já sou sua mãe também.-O que você também?-Sim, as avós são segunda mãe, sabia?-Puxa vovó como é gostoso conversar com você, aprendo tanta coisa.E assim levantaram-se e continuaram a caminhada até o carrinho de pipoca que estava bem próximo.Pedrinho pensava;Puxa tenho duas mães, sinto pena de quem não tem nenhuma.-Vó posso te emprestar de vez em quando para......-Sabia que vinha bobagem, vamos para casa Pedrinho.É meus amiguinhos contem quantas mamães vocês tem, respeitem todas elas pois todas te amam do mesmo jeito. Sempre terão um lugar para você, em seu coração.Beijo pra todos.

O Morceguinho Trapalhão

Aquela era uma florestinha particular. Ficava bem no meio da área toda, perto das macieiras que agora estavam tão carregadas de maças grandes e bem vermelhinhas. Sempre gostei muito deste lugar, eu diria mesmo que adoro este lugar. No meio de suas árvores há como que uma espécie de nevoa, alimentando mistério que não existe.
Passam correndo coelhinhos de todas as cores, esquilos então saltam aos montes. Fico ali sentada, respirando um ar tão puro que até me arde às narinas. Os pássaros ficam nas arvores até no chão e não tem medo de mim.
Insetos não faltam fazendo cada um seu trabalho. Vejo a formiga levando o alimento, as abelhas cuidando da colméia num ritmo acelerado. Ouço a cigarra cantando e o seu grilo remediando com seus sons fortes. Todos estavam envolvidos em suas atividades, minha presença nem era notada. Sentei-me num pedaço de tronco e fiquei ouvindo as conversas de todos. Coisa feia de se fazer não é?
Mas estava interessada demais para me preocupar com isso agora. Dizia dna formiga que estava com quase tudo guardado, e corria como sempre. De repente percebi um alvoroço... O que seria? Vejo então pendurado numa árvore um morceguinho. Os coelhos estavam alarmados o que era aquela coisa? Os esquilos se enfiaram em suas tocas. O tal morceguinho percebendo o susto de quase todos, começou a fazer piruetas.
Ficava preso numa patinha depois de ponta cabeça, assustando todos. Foi quando dna coruja que acabara de chegar disse;
- Calma minha gente é apenas um rato voador!
- O quê? Respondeu espantado o lagarto...
- Não se preocupem ele não faz nada, apenas se alimenta de frutinhas já vi um desses na torre da igreja.
- Mas ele é um rato? perguntou a andorinha.
- Bem parece, mas não é não. Existem varias espécies deste bicho, seu nome é morcego. Podem ver que parece mesmo um ratinho com asas. O perigo é que às vezes transmitem doenças como a raiva. Portanto deixem este trapalhão quieto que quando estiver cheio de comer maças irá embora, ele não fica em floresta. Só em cavernas ou altas torres como a da igreja. Também não enxergam de dia. Faz todas as gracinhas à noite!
Sentada ali aprendi tudo isso. Sentar e prestar atenção no que se passa ao redor, não é bisbilhotar. Acaba se aprendendo alguma coisa. Mas. Ui ui ui... O morceguinho resolveu voar pra cima de mim. Vai pra lá bichinho e fica no teu cantinho. Acabou a historia! Que tal desenharmos todos os bichinhos.
Um abraço amiguinho e até a próxima.

PIPA NO AR

Tão linda e colorida. Subiu rápido para o céu! Dançava com o vento, Nas piruetas mil! A linha foi soltando, Devagar e com firmeza Não sabia eu, O poder da natureza. O vento que já era forte, Chegou mais e mais. A coitadinha embicou E para o chão se mandou No meio do caminho, No galho foi ficar Não houve quem a tirasse Até o vento sossegou! Será que foi medo, Ou frio demais que tomou? Ali presa no galho, Ate hoje ficou...

O porquinho fujão

Naquela fazendinha todos eram muitos felizes! Havia um pomar muito grande com todas as frutas que gostamos, laranja, caqui, amora, jabuticaba, mexerica, enfim muitas outras mais.Também havia uma horta repleta de vegetais e verduras fresquinhas.Os animais eram muito bem tratados, as vacas produziam leite bastante e faziam queijos e manteiga.No cercado dos porcos, as mamães cuidavam de seus porquinhos que recebiam comida farta.Tinha também muito espaço para poder brincar e dormir.Era tudo que faziam, até que o papai porco resolveu que deviam ir para a escola!Ah...escola...pensou o porquinho mais danado da turma.Não vou quere ir não.Fico no meio do caminho engano mas não vou.Para que preciso aprender a ler escrever?E assim pensando no primeiro dia de aula, ao invés de ira para a escola, fugiu...Correu pelos campos, comeu o que encontrou pois seu lanche já havia acabado.Ai, percebeu que estava ficando escuro.Onde vou dormir? Pensou.Começou a ficar assustado, eram tantos os barulhos do campo que não conhecia!O medo foi entrando nele devagarzinho...Correu, correu e não encontrava um cantinho.Acabou ficando embaixo de uma arvore muito grande.Lá em cima os pássaros estavam espantados em vê-lo por ali e sozinho...Quase não dormiu, cada pouco acordava assustado.Amanheceu .Onde iria comer?Procurou e não havia nada!.Não sou coelho pensava.só tem mato.Andou bastante e percebeu que estava perdido.Viu uma placa no alto, mas não sabia ler!E agora o que faço?Começou a chorar e a correr cada vez mais.Já cansado demais acabou dormindo.O sol estava alto e não havia sombra.Queria a mamãe, seus irmãos.Nesta tristeza foi que seu pai o encontrou quase já desmaiando de fome.Levou-o para casa sem dizer nada, pois o porquinho dormia quase que desmaiado.A mamãe logo cuidou dele.No outro dia já refeito, o porquinho fujão, assim ficou chamado estava muito envergonhado.Sabe mamãe e papai, nunca mais vou fugir.Eu não sabia de tantos perigos que ainda não sei enfrentar lá fora.Quero ir para a escola, pois sei agora como é importante saber ler e aprender coisas.Nunca mais farei isto. E assim o porquinho fujão voltou para casa com uma lição.,não vá buscar lá fora o que você tem dentro de tua casa.Existem muitos perigos que não sabemos enfrentar ainda, mesmo sabendo muitas vezes eles nos causam prejuízos.E afinal a escola não é um bicho papão!

A Terra dos Anões.

Existe num lugar muito distante, a terra dos anões. Gostaria que você me acompanhasse para juntos chegarmos até lá. Feche os olhos suavemente sem apertá-los como se você fosse dormir. Procure deixar a boca meio entreaberta para ajudar na sua respiração.E agora vamos lá! Veja uma enorme floresta de árvores frondosas cheias de plantas tudo muito verde.
Ao redor disto tudo a neblina vai chegando. Sua cor é lilás, muito suave quase azul. Os raios do sol insistem em filtrar esta neblina, estendendo-se até o chão... Isto tudo junto nos dá a sensação de muita paz e muito silencio. Ouça os pássaros o rufar das folhas das árvores! Ouça o silencio que vai invadindo tudo. Assim relaxado você vai ouvir a história da terra dos anões.
Sentadinho embaixo de uma das árvores estava um anãozinho todo enroladinho, pois sentia frio embaixo de toda aquela neblina. Havia dormido algumas horas e quando despertou até assustou-se. Quanto tempo estaria ali? Mas o sol ainda estava teimando com a neblina, então não seria tão tarde assim. Seu nome era Igor e era ainda um menino. Muito pequenino, ainda iria crescer mais um pouco. Gostava de dar estes passeios no meio da floresta, embora às vezes sentisse um pouco de medo.
Levantou-se e com uma varinha na mão começou a vasculhar ali por perto. A vegetação era bem fechada, mas dava para se ver o chão. Raspa aqui e acolá, olha para as árvores tão altas para ele, até que de repente sua varinha bate numa coisa muito dura no chão... Deu um salto, e com cautela foi chegando para ver o que havia ali. No chão como que plantada havia uma espécie de tabua.
Ora, ora, que seria aquilo?
Muito curioso e cheio de idéias achou uma maneira de levantar a tal tabua. Força e mais força e nada da tampa sair... Resolveu cavoucar ao redor da tabua. E foi assim depois de muito tempo, que percebeu que havia resolvido o problema.
E agora tiro ou não?
O que será que está ai dentro?
Cheio de curiosidade e com um pouco de medo também, resolveu remove-la. Foi puxando de lado um de cada vez, puxando...
Pronto saiu toda!
Era um buraco!
E agora entro nele?
Mas está escuro lá no fundo...
Ficou sentadinho na beira do buraco, quando então começou a ouvir um barulho que vinha do fundo. Prestou bastante atenção e concluiu;
É o mar? Mas dentro de um buraco!
Estava tão curioso que entrou buraco adentro escorregando até o final... E, caindo numa enorme poça de água. Estava em outro lugar. Havia muitas caixas pedras diferentes parecia um depósito.
Vasculhou tudo que podia, pois o lugar era escuro. Conseguiu ver o conteúdo de algumas caixas... Estava deveras alarmado muito surpreso. Nada era como em sua terra, tudo era muito grande!
Onde estaria então? Na terra dos gigantes, seria?
Muito assustado voltou com dificuldade para a floresta. Colocou a tábua quase que no lugar, pois era pesada. Iria contar para seus pais o achado e com ajuda poderiam ver melhor tanta coisa que havia lá em baixo. Voltou para casa sujo e estava cansado. Sua casa era como as outras pequeninas de acordo com o tamanho e as necessidade deles. Contou ao pai o que havia acontecido. Para sua surpresa o pai não se alarmou.
Diga meu filho, você esta precisando de alguma coisa?
Não meu pai.
Você foi mexer onde não devia.
Há muitos anos atrás, existia ali uma comunicação com a terra dos gigantes. Foi penoso para nós, vivermos sempre nos escondendo sem termos o nosso chão. Hoje vivemos aqui e temos tudo que precisamos. Aquela terra foi soterrada pela natureza, nem sabemos se os gigantes ainda vivem. Só que eles não poderão subir pelo buraco que é muito estreito, e nós não devemos descer, pois não poderíamos trazer nada para cá, e nem precisamos!
Colocamos aquela tabua como um marco, para lembrar-nos que existiu o perigo um dia. E assim a paz voltou ao coração de Igor que já estava imaginando mil coisas sobre o tal buraco. Como é bom poder dormir embaixo da árvore, ver o sol brincar com a neblina... Para que procurarmos aventuras que depois irão nos tirar o sossego!
Chamou os amiguinhos e formaram uma turma bem grande, iria para a floresta procurar os ninhos dos pássaros e frutas silvestres, acender uma fogueira e brincar muito, muito mesmo e com muita paz. Continue relaxado, não entre no buraco não... Volte para a floresta e apanhe uns raios do sol, veja a turma de Igor brincando. Brinque também, afinal você está na terra dos anões...

O Fio do Novelo

Ficava no cesto das lãs todo enroladinho no meio de agulhas e óculos. Era um novelinho de lã azul cor do céu muito lindo, mas muito triste também. O que acontecia com o novelinho de lã? Vou contar para vocês. Toda vez que o gatinho Joli podia entrar onde o cesto de lãs estava, era um estrago. Dava patadas no novelinho quase estraçalhando tudo.
Será que queria brincar? Quando ia embora o novelinho estava todo enrolado parecendo um pom pom. Pom pom é uma bolinha que se faz com lã. Ali ficava o novelinho esperando que alguém viesse e o enrolasse novamente. Isto não é vida pensava o novelinho. Preciso encontrar um jeito de não mais passar por isso.
Não faço nada para ele, gostaria apenas de brincar com ele! Assim foi passando o tempo quando um dia dona agulha que era muito esperta ,e já havia visto a brincadeira nada cordial do gatinho Joli, disse ao novelinho:
Gostaria de dar uma idéia para você.
Claro, claro diga dona agulha.
-Bem, porque você não se prepara para enfrentar o gatinho?
-Mas como deverei fazer dona agulha?
-Simples meu caro.
Desenrole um bom pedaço do seu fio de lã, deixe uma pontinha para fora do cesto.
Sim, sim disse o novelinho e aí?
Deixe que o Joli chegue e comece a brincar só com esta ponta.
-Mas ele vai querer me tirar do cesto também!
Não vai não se você der a ele o fio para brincar e enfrenta-lo dando um basta!
Mas como farei isto dona agulha?
-Quando ele avançar para você, mostre a ele o fio que você já lhe deu.
Converse com ele com bondade mostrando que não é para maltratar e sim brincar.
Será que dá certo dona agulha?
Tenho certeza caro novelinho.
Nunca deixe ninguém maltrata-lo e se tentarem faze-lo, mostre a eles tua bondade e carinho, assim sendo você terá o respeito deles.
Não permita que ninguém abuse de você fazendo o que te fere ou mesmo agredindo você.
Se não conseguir com boas maneiras e palavras, então leve ao conhecimento de alguém que possa te ajudar.
Entendeu novelinho?
Sim dona agulha vou tentar.
E o novelinho fez o que aprendeu, e para seu espanto o gatinho Joli somente brincou com o fio estendido.
Mas o novelinho estava preparado para o que viesse.
E você sabe se defender?
Acho que aprendeu não é mesmo?Não permita que ninguém maltrate você.
Não deixe que te façam mal algum, fique sempre alerta, mas procure ser amigo e cordial, nada de violência certo?
Ninguém poderá ferir você, nem você mesmo.
Até a próxima!

O Tapete Mágico

Na casa não havia ninguém. Fui entrando meio assustado quase que na ponta do pé. O que teria acontecido, todos se foram? Tentei soltar um olá, mas ficou preso na minha garganta. Pensei: Não estou com medo apenas surpreso pois esperava encontrar todos ali. Sentei-me na soleira de uma das portas, e com as mãos amparando meu queixo comecei a pensar no que fazer...
Quietinho ali e sozinho, comecei a ouvir os ruídos da casa também. Não sabia que casas têm tanto barulho mesmo sem ninguém. Vinha do teto, do chão e não sei de onde mais. Prestando bem atenção deixando o medo de lado, pois ele só atrapalha, consegui perceber que eram os encanamentos que faziam o tal barulho. E o outro tipo vinha do telhado que rangia.Lembrei-me que meu avô sempre me dizia, nunca sintas o medo.Vai ver onde ele esta.
E assim vasculhei cada cantinho da casa e pude saber de onde todos os barulhos vinham. Cansado que estava e já com uma pontinha de fome, deitei-me no chão em cima de um velho tapete que ali estava. Olhando o teto, via uns lampejos de luz. Adormeci. Voei para bem longe dali num campo muito verde embaixo de um céu muito azul.
Nossa como era bom voar assim. Sentia o vento em meu rosto e podia ver tudo lá em baixo. Corri por vários parques, brinquei em muitos lugares, senti chuva vi o sol e me sentia muito contente. Voando assim pelo céu, encontrei um dragão muito grande que me perguntou de onde eu era. Lá de baixo, respondi com um pouco de dificuldade para falar.
- E você, dragão?
- Das cavernas aqui de cima. - respondeu.
- Estou com um pouco de fome. - disse eu. Será que há alguma coisa que eu possa comer?
- Sim. - disse ele.
E me trouxe uns ovos enormes que não cabiam em minhas mãos.
- Como vou comê-los? Perguntei.
- Ora menino, comendo! - e se foi.
Tentei abocanhar o grande ovo, mas nada. Continuei tentando e a fome aumentando. De repente...Bum, caí do tapete e comecei a ir em direção ao chão lá embaixo.
- Alguém me acuda! - gritava eu.
Quando senti uma mão no meu ombro estava no chão...E no chão da casa de meu avô, e ao meu redor todos riam.
- O que aconteceu? - perguntaram.
Eu, eu estava no tapete mágico. - disse. O que aconteceu realmente?
- Bem, adormeci em cima do tapete e ele voou comigo para bem longe.
O dragão era o bichano que me encontrou dormindo no seu tapete. Todos riram e eu fui comer, pois a fome era tanta, adivinhe o quê? Ovos é claro!

O COELHINHO ESPERTO

Havia uma fazenda muito grande e linda. Todos que a visitavam ficavam encantados com tantos animais. Cada raça tinha seu próprio lar, quero dizer suas casinhas e ficavam juntos. Assim os porquinhos estavam sempre comendo e dormindo junto da mamãe porca. As vacas, que eram a maioria, ficavam num pasto muito amplo e criavam seus bezerrinhos. Bem afastado destes animais maiores, havia o galinheiro onde as galinhas botavam seus ovos e criavam seus pintinhos. Os patos também ficavam por perto, pois gostavam muito de dar uns mergulhos no lago próximo.
Bem lá embaixo numa descida ficavam os coelhinhos. Era uma coisa linda de se, ver as gaiolas grandes, e dentro todo o parquinho para eles brincarem.
Havia também a água corrente, muita verdura ali era colocada para que comessem. Vocês sabem que verdura é muito bom e devemos comer todo dia, assim o fazem os coelhinhos. Vejam como são espertos e saltitantes e têm muita força também. Bebem muita água e comem muita verdura e legumes. Bem, estou aqui para contar a história do coelhinho esperto não é mesmo?
Pois aqui vai: Uma manhã depois de se fartar de tanta verdura o coelhinho rajadinho, assim era chamado, pois era todo branco com algumas manchas pretas, resolveu sair da gaiola. Ah, pensou ele: quero dar uma voltinha par aprender alguma coisa mais. Saiu saltitante como são os coelhos, e foi parar bem no meio da floresta que havia na fazenda.
- Puxa que coisa maravilhosa! Quanta árvore e vegetação!
Ficou muito encantado mesmo, foi entrando cada vez mais. De repente surgiu um tatu... O coelhinho, que não conhecia nenhum outro bicho, levou um susto.
- Quem é você?
- Ora, sou o tatu! Respondeu.
O coelhinho chegou até perto, meio com medo e colocou o nariz no tatu.
- Coelhos são assim cheiram tudo.
- Puxa como você é duro!
- E você é mole. Respondeu o outro.
O tatu que era muito esperto e conhecia muitos bichos, riu do coelho.
- Veja, coelhinho, existe duro e mole...
- O quê? Perguntou o coelhinho.
- É, meu amigo, duro sou eu e mole é você.
- Ah, entendi. Quer dizer que existe diferença entre duro e mole.
- Sim, e você sente isto.
- Veja aqui outra diferença: Nós estamos embaixo da árvore, certo?
- Sim.
- E o nosso amigo lá, o passarinho, está em cima da árvore. Entendeu?
- Sim. Embaixo e Em cima.
Ficou feliz de aprender, disse adeus ao tatu e voltou pulando para sua casa.
- Meus irmãos - disse quando chegou -, aprendi muito hoje, sei agora o que é duro e o que é mole!
- Vejam - e foi dando instruções para seus irmãos -, coisas simples de se aprender.
- E você já sabe estas diferenças?
Se não souber leia novamente e o tatu irá explicar. Seja um coelhinho esperto!

A cidade dos vaga-lumes

A cidade era muito pequena, porem seus habitantes muito unidos. Todos sabiam de tudo. O que acontecia durante o dia, era assunto para o jantar. Viviam do cultivo de suas plantações, e em geral a colheita era sempre muito boa. Havia os que plantavam laranjas, outros café e milho e mesmo cana. Alem desta plantação todos tinham sua horta particular para o sustento da família.
Ao redor das casas viam-se arvores de frutas como goiabas, maças pêras e até parreiras de uva. Sempre ao final da colheita faziam uma grande festa na rua principal. Chegou finalmente o grande dia, e as senhoras estavam muito ocupadas com tantos pratos especiais para serem feitos. A rua estava toda enfeitada, com espigas de milho e abóboras. Usavam para enfeitar tudo que haviam colhido, ficava muito interessante de se ver. A agitação corria solta, as crianças estavam alegres pulando de um lado para o outro. Creio que toda a cidade estava presente nesta festa que acontecia o dia inteiro. A noite foi chegando e a festa continuava.
Começou a escurecer e as luzes não se acendiam! Alegres que estavam não deram muita importância ao fato. Foi escurecendo mais, e ai então ficaram preocupados. Vamos ver o que esta acontecendo... Mexeram, lidaram com os fusíveis e nada de se acenderem as lâmpadas. Acabaram ficando no escuro... Foi então que começaram a ver as luzinhas piscando em todo lugar! Mas o que é isso? Estavam sem saber o que era aquilo. Devagar tudo foi ficando quase iluminado, não era como as lâmpadas mas iluminavam! Foi quando alguém gritou bem alto;
- Os vaga-lumes...
Eram vaga-lumes pulando para todo lado, participando da festa também! Riram a vontade, continuaram a festa, pois os vaga-lumes se incumbiam de iluminar um pouco. Depois disto ficou tradição na cidade, no dia da festa nada de lâmpadas. Esperavam anoitecer para ver os vaga-lumes fazerem seu trabalho. Não acreditam? Pois vão conferir.
Onde? Na cidade dos vaga-lumes....

DE TÃO FORTE QUE CHEIROU

De tão forte que cheirou O nariz arrepiou A picada não foi grande Mas a abelha picou Corre, corre é pior Todas se juntaram Atrás do menor Que até hoje não se sabe Se está vive, ou foi para a melhor!

Saltitante como Grilo

Saltitante como um grilo Atrás da bola fui correr Não vendo a vassoura Toda a tremer
Com um golpe de mestre A cabeça desviei Mas não vi a bola E mais ninguém
Acordei em minha cama Será que sonhei? Mas quando tentei levantar Ui, Ui... O galo se pôs a cantar!