O Patinho Feio


"Era verão e os dias estavam lindos. O feno formava pilhas nos prados e campinas. As cegonhas caminhavam com suas longas pernas vermelhas, tagarelando umas com as outras. No meio de um grande bosque, havia um lindo lago. No ponto mais ensolarado, à beira do lago, via-se uma velha mansão. A grama, muito bem aparada, ia da casa até a beira da água. A paisagem era realmente encantadora.

No meio da folhagem do bosque, uma pata, no seu ninho, aguardava os patinhos que iam nascer. Já estava bem cansada de estar ali tanto tempo. Além disso, quase não recebia visitas, pois os outros patos gostavam mais de nadar do que sentar-se em baixo das folhas para tagarelar com ela.

Afinal, os ovos começaram a estalar, um após outro. Os patinhos puseram as cabecinhas para fora e saltaram da casca. Dona Pata grasnou de contentamento e eles responderam baixinho: "Quá, quá, quá!!!"
Muito admirados, olhavam para todos os lados. A mamãe deixou-os olhar tanto quanto quiseram, pois a cor verde das folhas faz muito bem aos olhos.
- Como é grande e claro o mundo cá fora! exclamaram os patinhos.
- Vocês pensam que o mundo é só isso? perguntou Dona Pata. Ele se estende para o outro lado do bosque e vai seguindo até perder-se de vista. Bem, penso que vocês já estão todos aqui, não é?

Ela se levandou e olhou à volta.
- Não, ainda falta um. O ovo maior está intacto. Quanto tempo levará?
Dizendo isto, Dona Pata sentou-se novamente no ninho.
- Olá, como vai passando? perguntou uma pata velha que veio fazer-lhe uma visita.
- Vou bem, obrigada, apenas um pouco aborrecida porque a casca deste ovo ainda não se partiu. Entretanto, você já pode olhar os outros patinhos. São os mais lindos que já vi, exatamente iguais ao pai. Aquele maroto há muito não me aparece...
- Deixe-me olhar o ovo que ainda não se abriu, disse a velha pata. Huuummm! você pode ter certeza que é ovo de perua. Eu já fui enganada assim, uma vez, e só tive aborrecimentos, pois perus tem medo de água. Grasnei e mordi-os, mas não consegui atirá-los na água. Deixe-me ver o ovo. Não resta dúvida, é de perua! Não perca seu tempo, deixe-o sozinho e ensine os outros a nadarem.
- Chocá-lo-ei mais um pouco, disse a pata.
- Desejo-lhe boa sorte. Passe bem.

A velha pata foi-se embora. Daí a algum tempo, o ovo começou a estalar e, de lá de dentro, foi saindo um patinho muito grande e simplesmente feio. Dona Pata olhou-o muito desapontada e exclamou:
- Que patinho monstruoso! Não se parece com nenhum dos outros. Será que é filho de perua? Bem, logo descobrirei isto. Irá para a água, nem que eu tenha que empurrá-lo.
O dia seguinte amanheceu lindo. O sol brilhava sobre a folhagem. A mamãe pata foi com sua ninhada até o lago. Atirou-se na água e chamou os filhinhos:
- Quá! Quá! Quá! disse ela e eles, uns atrás dos outros, foram-se atirando. A água cobriu suas cabecinhas mas eles levantaram-se e flutuaram lindamente. Suas patinhas moveram-se e lá foram eles nadando. Até o feioso nadou.
- Não, este não é peru, disso Dona Pata. Sabe usar muito bem as patas e mantém-se ereto sobre a água. Afinal de contas, é meu filho e, talvez, quando crescer não seja tão feio. Quá! Quá! Quá! Venham comigo. Vou apresentá-los no quintal. Fiquem sempre perto de mim, para não serem pisados, e muito cuidado com o gato.

Foram, então, ao quintal. Havia lá horrível confusão.
- Endireitem as patinhas, disse ela. Grasnem apropriadamente e inclinem a cabeça diante da velha pata. Ela é a mais importante de todas nós aqui. Tem sangue espanhol nas veias. Tem uma argola vermelha numa das patas, o que indica sua boa raça. Lá vem ela. Vamos, grasnem, inclinem a cabeça.
Eles fizeram exatamente o que a mãe recomendou. Os outros patos olharam-se e comentaram:
- Agora teremos que suportar esta outra tribo, como se não fossemos suficientes! Cruzes! Que patinho feio aquele lá atrás!
Dizendo isto, um dos patos saiu correndo e bicou o pobre bichinho no pescoço.
- Deixe-o em paz! pediu Dona Pata. Ele não lhe está causando nenhum dano.
- Relalmente não está, mas acontece que ele é tão feio e esquisito que não pude controlar-me, respondeu o malvado.
- Seus filhinhos são lindos, exceto aquele ali, disse a pata velha. Está se vendo que não é de boa raça.
- Realmente ele não é bonito, mas é muito bonzinho e nada tão bem quanto os outros. Talvez no futuro ele melhore, disse Dona Pata e acariciou o pescoço do filhinho.
- Fiquem à vontade, crianças e, se acharem uma minhoca, podem trazê-la para mim.

Depois disso, os patinhos sentiram-se mais à vontade. O feioso, coitado, levou bicadas e foi sacudido pelos outros patos e até pelas galinhas. Estava desesperado e não sabia que rumo tomar. Servia de galhofa para todos. Os dias foram-se passandp e, cada vez, ele se via mais atropelado. Até seus irmãos costumavam aborrecê-lo, dizendo:
- Se ao menos o gato pegasse esta coisa horripilante...
Sua própria mãe disse um dia:
- Eu desejava vê-lo bem longe de mim.
Os patos o bicavam, as galinhas o espicaçavam e a menina que os alimentava sempre o deixava de lado.

Certo dia, não aguentando mais aquela situação, ele fugiu e chegou à sebe onde os passarinhos se aninhavam.
- Não tenho culpa de ser tão feio! pensou ele, muito, muito triste.
Continuou a andar até que chegou a um campo, onde viviam patos selvagens. Estava tão cansado que passou a noite lá. Pela manhã, os patos selvagens foram inspecionar seu novo companheiro.
- Que espécie de bicho é você? lhe perguntaram assim que ele os cumprimentou. Você é horrivelmente feio, mas isto não tem importância. Pode ficar aqui, desde que não pretenda casar-se em nossa família.
Pobre patinho! Absolutamente não havia pensado em casamento. Ele desejava apenas permissão para ficar ali no meio da folhagem e beber um pouco de água. Ficou lá dois dias inteiros. No fim desse tempo, dois gansos selvagens, muito mal educados, chegaram e disseram:
- Você é tão feio, camarada, que até temos pena de você. Há outro lago, aqui perto, onde vivem gansas encantadoras! São doces criaturas que sabem grasnar de momo especial. Reúna-se ao nosso grupo e vamos até lá. Com a sua feiura elas se divertirão bastante!

Nesse momento, ressoou um tiro, no alto, depois outro e outro... bandos de gansos selvagens voavam assustados. Havia uma grande caçada. Os caçadores estavam escondidos no arvoredo, à volta do lago. Os cães farejavam à volta, patinhando no pantano. Tudo isso alarmava horrivelmente o pobre patinho feio. Eles enroscou o pescoço para esconder a cabeça debaixo da asa e ficou lá escondido entre os arbustos. Já era tarde quando o barulho cessou. Apesar disso, o patinho não ousava levantar-se. Esperou muitas horas ali sentado. Finalmente tomou coragem, olhou à sua volta e voou o mais depressa que pode. Correu por campos e prados. Ventava tanto que era difícil equilibrar-se. Tarde da noite, chegou a um casebre. Era tão miserável que se mantinha em pé por milagre. O vento assobiava tão ferozmente, e de repente ele notou que o vento abrira a porta do casebre. Resolveu, então entrar para abrigar-se.

Lá vivia uma senhora idosa, com um gato e uma galinha. O gato, que se chamava Mimi, arqueava as costas, ronronava e seus olhos lançavam chispas, pedindo que o acariciassem. A galinha tinha patas tão curtas que era, por isso, chamada Baixotinha. Punha ovos deliciosos e a senhora gostava dela como se fosse sua filha. Pela manhã, o patinho foi descoberto. O gato começou a ronronar e a galinha cacarejou.
- Que será isto? perguntou a senhora, olhando ao redor. Ela não enxergava bem e pensou que o patinho fosse uma pata grande que tivesse fugido de algum lugar.
- Que bom achado! exclamou a senhora. Agora terei ovos de pata, caso não seja um pato. Esperemos para ver. Durante três semanas o patinho esteve em observação, mas os ovos não apareçeram.

O gato e a galinha eram donos da casa e, por isto, julgavam-se muito importantes. A galinha perguntou ao patinho:
- Você põe ovos?
- Não, respondeu o patinho humildemente.
- Você sabe arquear as costas e ronronar? perguntou o gato.
- Também não, tornou a responder o patinho.
- Pois então, fique sabendo que é um grande tolo, disse a galinha.
O patinho sentou-se num canto, cozinhando o seu mau humor. De repente, apossou-se dele um grande desejo de nadar ao sol, sentindo a frescura da manhã. E então ele resolveu ir embora novamente.

Atirou-se na água, nadou e mergulhor, sentindo-se mais calmo depois desto. Entretanto, continuava a ser olhado com indiferença pelas outras criaturas, por causa da sua feiura. O outono chegou. As folhas foram ficando amareladas. Os dias foram passando e o vento soprava sempre mais forte e o céu estava ficando cada vez mais pesado de nuvens. O patinho ficou amedrontado.
Chegou o inverno. Uma tarde, quando o sol se punha, um bando de bonitos pássaros surgiu do arvoredo. O patinho nunca havia visto animais tão belos. Eram deslumbrantemente brancos, com pescoços longos e curvos. Eram cisnes. Espalhavam suas largas asas e voavam das regiões frias para as terras quentes. Voavam tão alto, que o patinho sentiu-se estranhamente inquieto. Durante muito tempo nadou, acompanhando o vôo dos cisnes. Não os conhecia, mas sentia-se estranhamente atraído para perto deles. Intimamente desejou ser assim tão bonito.

O inverno estava tão amargamente frio, que o patinho teve que nadar muitas vezes, à volta do lago, para se aquecer. Entretanto a superfície do lago cada vez diminuia mais e, finalmente, congelou-se. O patinho teve que agistar as patinhas para não vira sorvete, mas acabou ficando cansado. De manhã cedo, um camponês vinha andando e viu-o ali, quase morto. Apanhou-o e levou-o para casa, entregando-o à esposa. Lá ele reviveu. As crianças quiseram brincar com ele, mas o coitado teve medo de ser maltratado. Por isso, meteu-se na panela do leite, esparramando-o por todos os lado. A mulher do camponês gritou e sacudiu as mãos, deixando-o ainda mais assutado. Voou, então, para a batedeira de manteiga, fazendo novo estrago. A mulher, aborrecida, quis bater-lhe com uma vara. As crianças esbarravam umas nas outras, na tentativa de segurá-lo. Por sorte, a porta estava aberta, e o patinho saiu voando. Meteu-se no meio das árvores, mas acabou caindo outra vez na neve. Estava exausto. Seria muito triste descrever todas as privações que ele teve que suportar até o final do inverno.

Quando o sol começou novamente a brilhar, o patinho foi para o lago. As cotovias cantavam e a primavera vinha chegando. Ele já estava mais crescido e sacudia as asas com mas força do que antes. Voou e encontrou-se num bonito pomar, onde as macieiras estavam em flor. No ar, sentia-se o perfume dos lilases. A frescura da primavera estava deliciosa! Exatamente à sua frente, encontrou três cisnes, que avançavam em sua direção, deslizando suavemente sobre a superficie do lago. O patinho logo os reconheceu. Eram os mesmos cisnes que ele havia visto voando. Ficou possuido de uma estranha melancolia.
- Voarei até os pássaros reais e, com certeza, virar-me-ão as costas, por causa da minha feiura, mas não faz mal. Prefiro ser morto por eles do que mordido pelas patos, bicado pelas galinhas, espancado pela mulher do camponês e ainda suportar a rigidez do inverno.

Assim pensando, voou em direção dos cisnes. Eles o viram e se aproximaram, gentilmente, ruflando as asas.
- Matem-me, disse ele.
Abaixou a cabeça e ficou esperando a morte, mas, através da água transparente, que ele viu?
Com grande surpresa, viu sua própria imagem refletida na água. Ele não era mais aquele patinho feio, cinzento e desajeitado. Era um belo cisne!
Ficou verdadeiramente emocionado.
Os cisnes grandes nadavam à sua volta, como se quisessem render-lhe homenagem. Algumas crianças vieram ao lago trazendo pedacinhos de pão para eles.
A menor exclamou:
- Hoje há mais um cisne, e como é bonito!!!
As outras crianças disseram:
- Ele é o mais belo de todos e é muito jovem.
Os velhos cisnes inclinaram as cabeças, em sinal de respeito, e depois acariciaram-no com o bico.
O cisnezinho ficou encabulado e escondeu a cabecinha embaixo da asa. Apesar de muito contente, não estava orgulhoso, pois quem tem bondade no coração não sente orgulho.
Lembrou-se de tudo o que sofrera e deu graças a Deus por ser agora tão feliz!

Rapunzel


Numa pequena aldeia, um casal aguardava ansioso a chegada do primeiro filho. A mulher ficou com vontade de comer os rabanetes da horta vizinha. A horta pertencia a uma bruxa que apareceu na hora em que o homem apanhava alguns rabanetes escondidos. Ela ficou furiosa e jurou tomar a criança assim que nascesse. Quando o bebê nasceu, a bruxa apareceu e levou-o para bem longe. Como era uma menina, a bruxa chamou-a Rapunzel. Colocou-a em uma torre muito alta e sem portas. O tempo passou, Rapunzel transformou-se em uma linda moça de longas tranças. Um príncipe caçava na floresta e achou a torre de Rapunzel. Logo viu a bruxa chegar e gritar:

_ Rapunzel, jogue as tranças cor de mel!

O príncipe viu a bruxa subir na torre pelas tranças. Quando ela foi embora, o príncipe foi ao encontro de Rapunzel. E passou a visitá-la. Então um dia, a bruxa descobriu sobre as visitas do príncipe. Cortou as tranças da Rapunzel e a levou embora. Esperou pelo príncipe para vingar-se. Quando o príncipe apareceu, a bruxa jogou as tranças e quando ele chegou na janela, ela o empurrou. Ele caiu sobre um espinheiro e ficou cego. O príncipe mesmo sem enxergar, correu o mundo procurando Rapunzel. Um dia, bateu na porta de uma casa pedindo pousada e alimento. A moça que o atendeu era Rapunzel e logo reconheceu o príncipe. Ela então chorou de tristeza porque ele ficou cego. Suas lágrimas caíram sobre os olhos do príncipe e ele voltou a enxergar. O príncipe levou Rapunzel para o seu reino. Casaram-se e foram felizes para sempre.

O Apanhador de Sonhos


Bem cedinho, antes mesmo de todos acordarem, Zacarias percebeu que aquele seria um sábado maravilhoso. Duas zebras e um enorme cachorro peludo estavam bebendo água no chafariz de seu jardim. Há meses Zacarias vinha pedindo aos pais um cachorro como aquele.

- Esperem por mim! – ele gritou, calçando o tênis.

As zebras saíram galopando pelo jardim assim que Zacarias abriu a porta. O cachorro correu atrás delas. Quando Zacarias ia persegui-los, notou outra coisa estranha. Na entrada de suas casa havia um caminhão com os pára-lamas sujos.Um velho baixinho estava de pé em cima de um caixote, olhando dentro do capô. Ele vestia um macacão com botões brilhantes.

- Bom dia – disse Zacarias. – Quem é você?

- Leia o que está escrito na porta – sugeriu o velho, sorrindo.

- Apanhador de Sonhos. – Zacarias leu em voz alta e perguntou espantado: - O que isso quer dizer?

O Apanhador de Sonhos tirou a cabeça de dentro do capô e sorriu. Ele tinha bochechas rosadas e olhos tão azuis como as tardes de verão.

- Você já pensou no que acontece com seus sonhos? – ele perguntou a Zacarias.

Zacarias balançou a cabeça negativamente.

- Ah, não? Bem, eu venho de madrugada e recolho todos. É regulamento da prefeitura – explicou o Apanhador de Sonhos.

- Uau! E o que acontece se você não recolhe os sonhos? – perguntou Zacarias.

- Isso seria um desastre! – exclamou o Apanhador de Sonhos. – Quanto mais a manhã se aproxima, mais reais se tornam os sonhos. Uma vez tocados pela luz do sol, eles permanecem para sempre. Imagine! A cidade ficaria abarrotada de sonhos!

Naquele momento, dois piratas apareceram na rua.

- Eles eram do sonho de alguém? – perguntou Zacarias.

- Sim – respondeu o Apanhador de Sonhos, enquanto voltava a trabalhar no motor.

Zacarias o ouviu resmungar algo a respeito de anéis de pistão. – Seu caminhão enguiçou? – ele perguntou.

- É. Não quer pegar e eu esqueci minha caixa de ferramentas – o Apanhador de Sonhos parecia preocupado.

- Posso pegar algumas ferramentas em casa – ofereceu Zacarias. – O que você precisa?

- Você pode me conseguir uma chave de vela, um verificador de bateria e um jogo de chaves de boca?

Zacarias correu até a garagem e olhou para as ferramentas de seu pai. Ele não sabia bem como se chamavam. O único jogo que viu foram uns apetrechos de beisebol que pareciam muito usados. Ele encontrou o verificador de bateria, mas não sabia qual das chaves era a certa. Pegou uma porção delas para que o Apanhador de Sonhos pudesse escolher.

Assim que Zacarias voltou ao caminhão, o cachorro peludo passou correndo, perseguindo três coelhos.

- Ei, aquele cachorro era do meu sonho! – exclamou, surpreso, Zacarias. – Eu queria tanto ter um cachorro como aquele.

Naquele momento havia sonhos por toda parte. O Apanhador de Sonhos olhava à sua volta ansiosamente.

- A rua já deveria estar desocupada – ele se lamentava.

Em breve o sol nascerá. Isso é muito sério.

Ele apanhou uma ferramenta das que Zacarias havia trazido, mas Zacarias achou que era pequena demais para um caminhão tão grande. Será que o Apanhador de Sonhos sabia o que estava fazendo?

- Posso ajuda-lo a consertar o caminhão? – perguntou Zacarias. – Uma vez consertei o aspirador de pó da minha mãe, depois que ele aspirou meus brinquedos.

O Apanhador de Sonhos sorriu.

- Caminhões e aspiradores são bem diferentes por dentro. Mas, talvez, você possa fazer um serviço especial para mim.

- O quê? – perguntou Zacarias.

- Talvez você possa colocar os sonhos para dentro do caminhão. Mas alguns sonhos, como o cachorro, podem ser difíceis de pegar – ele falou com um brilho no olhar. – Você acha que consegue fazer isso?

- Oh, sim, eu consigo – respondeu Zacarias, todo empolgado.

Então Zacarias entrou em casa e escolheu cuidadosamente as coisas de que necessitaria para capturar os sonhos. Quando voltou, o sol já estava nascendo. Ele teria de ser rápido.

As cenouras e a corda funcionaram bem, e logo as zebras estavam dentro do caminhão. As araras gostaram do apito prateado.

- Este trabalho é moleza – disse Zacarias.

- Agora vou procurar o cachorro peludo.

Zacarias ouviu latidos no quintal do vizinho e foi investigar. O cachorro estava saltando por entre anéis de fogo que um dragão soltava pela boca.

Naquele instante um cavaleiro de armadura apareceu no quintal e, vendo o dragão, puxou sua espada. O cachorro saiu correndo.

- Volte aqui! – gritou Zacarias, mas o cachorro continuou correndo.

Quando o cavaleiro ergueu a espada, o dragão empalideceu de pavor. Felizmente, naquele momento um cavalo enorme saiu trotando do canteiro de rosas.

O cavaleiro guardou sua espada e, todo feliz, abraçou o pescoço do cavalo.

- Puxa – sussurrou Zacarias -, essa foi por pouco.

Agora o quintal estava repleto de sonhos.

- Sigam-me todos! – ordenou Zacarias, mostrando o caminho.

Um a um, os sonhos foram subindo a rampa para dentro do caminhão. Zacarias suspirou aliviado. Só faltava o cachorro.

Zacarias seguiu novamente pela rua, assobiando para chamá-lo. O latido do cachorro parecia vir de dentro de uma moita.

- Saia já daí! – gritou Zacarias, afastando os galhos.

Mas o cachorro havia desaparecido.

Os raios do sol já estavam alcançando o topo das árvores. Zacarias decidiu que era melhor falar com o Apanhador de Sonhos.

- Falta muito para consertar o caminhão? – ele perguntou. – Nosso tempo está se esgotando.

- Eu sei, mas não consigo achar o defeito – respondeu o Apanhador de Sonhos, escolhendo outra ferramenta.

Zacarias sentou-se no pára-choque. – Sabe de uma coisa? – perguntou. – Eu sempre durmo de olhos abertos para poder enxergar os meus sonhos passando no escuro. Uma vez sonhei com rinocerontes.

- Eu me lembro – respondeu o Apanhador de Sonhos. – Era um rinoceronte tão pesado que achei que as molas do meu caminhão não fossem agüentar. Vamos ter de fazer um trato, Zacarias, nada de sonhos com rinocerontes.

- Talvez – disse Zacarias, sorrindo.

Enquanto o Apanhador de Sonhos experimentava outras ferramentas, Zacarias foi procurar o cachorro. Olhou nas garagens, nos jardins, embaixo dos caminhões e atrás das árvores. Então, ouviu um barulho. Correu em direção ao cachorro, mas ele saltou mais rápido. Zacarias levantou-se do chão cuspindo terra. Não havia sinal do cachorro. “Talvez ele goste desta rua”, pensou Zacarias. “talvez ele não queira ir embora.” Os raios de sol brilhavam em todas as janelas das casas. Zacarias foi dizer ao Apanhador de Sonhos que um dos sonhos ainda estava solto.

- Afaste-se! – avisou o Apanhador de Sonhos quando Zacarias apareceu. – Vou tentar fazer o motor funcionar.

Zacarias afastou-se. Seguiu-se uma longa pausa. O cavalo relinchou. Então houve uma explosão, e o motor voltou a funcionar. E bem a tempo, pois a luz do sol já inundava a rua.

- Viva! – gritou o Apanhador de Sonhos. – Obrigado. Não teria conseguido sem a sua ajuda!

- Não consigo encontrar o cachorro! – gritou Zacarias.

O Apanhador de Sonhos seu um assobio agudo e o cachorro peludo saltou de dentro das moitas. Ele era exatamente como Zacarias imaginava que um cachorro deveria ser, com longos bigodes e olhos da cor de chocolate. Quando o cachorro abanou o rabo, suas patas traseiras quase saíram do chão.

- Você gostaria de ficar com esse cachorro? – perguntou o Apanhador de Sonhos.

- Eu adoraria! – respondeu Zacarias.

- Então ele é seu – disse o Apanhador de Sonhos. – Vais ser mais divertido que consertar o aspirador de pó.

Zacarias deu um berro. Quase não podia acreditar na sua sorte.

- Obrigado! – ele gritou.

O Apanhador de Sonhos soltou o freio e acenou. – E o nosso trato? – ele gritou. – Nada de rinocerontes, hem!

- Combinado! – respondeu Zacarias, rindo, emquanto o caminhão saiu andando com suas molas arriadas.

Zacarias agarrou seu maravilhoso cachorro dos sonhos pela coleira e juntos correram para casa.

- Vamos pular na cama de mamãe e papai – disse Zacarias. – Eles vão achar que ainda estão sonhando, quando abrirem os olhos e virem você!

Peter Pan

Todas as crianças crescem, Peter Pan não! Ele mora na Terra do Nunca.

Um dia junto com a Fada Sininho, foi visitar seus amigos Wendy, João e Miguel.

Peter levou-os para conhecer a Terra do Nunca. Com a mágica de Sininho eles saíram voando. Avistaram o barco pirata, a aldeia dos índios e a morada dos meninos perdidos.

O Capitão Gancho viu Peter Pan e seus amigos voando e resolveu atacá-los;

Peter Pan salvou Wendy antes que ela caísse no chão.

Os meninos perdidos moravam dentro de uma árvore oca. Wendy contou lindas estórias para eles. Ela gostou dos meninos.

Um dia o Capitão Gancho raptou a princesa dos índios, mas Peter Pan apareceu para libertá-la. O Capitão Gancho fugiu e o Crocodilo Tic Tac quase o enguliu, mas ele escapou.

Mas o Capitão Gancho não desistiu. Desta vez capturou os meninos perdidos, levou-os para o barco pirata, de lá eles seriam jogados no mar.

Mas Peter Pan veio salvar os seus amigos. Lutou com Gancho e o derrubou.

De volta ao lar, Wendy pediu que Peter Pan ficasse com eles, mas ele disse que não e preferiu a Terra do Nunca, assim ele nunca cresceria e poderia brincar com todas as crianças sempre.

Mogli


Mogli estava se sentindo muito triste. Ele tinha discutido com seu amigo Baguera.

Mogli sentou-se sozinho. De repente, apareceu um grande urso feliz.

Era Balu! Ele cantou para Mogli e deixou seu amigo muito alegre.

Eles foram até um rio. Balu ficou boiando de costas. Mogli ficou em cima da barriga de Balu.

De repente, macacos surgiram dos galhos das árvores, apanharam Mogli e o levaram embora.

Balu gritou para os macacos enquanto eles levavam Mogli.

O barulho fez Baguera, a pantera, sair correndo.

Balu e Baguera correram até o templo do Rei dos macacos. Eles queriam salvar Mogli.

Mogli estava conversando com o Rei lu, o rei dos macacos.

O macaco começou a dançar. Balu se disfarçou de macaco e dançou até encontrar o Rei lu.

De repente o disfarce de Balu caiu!

O Rei Lu tentou impedir que Balu salvasse seu amigo Mogli. Mas, com sorte, os amigos conseguiram fugir.

Balu, Baguera e Mogli saíram correndo do templo.Mas Mogli encontra na beira do rio, alguém muito parecido com ele.

Logo se encantou!

- O que é aquilo Balú?

- Aquilo é uma menina!

- Curioso, Mogli foi atrás.

- Baguera, não adianta ele foi fisgado!! É melhor nós irmos andando!

João e o pé de feijão

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"No tempo do Rei Alfredo, muito longe de Londres, vivia uma pobre viúva. Ela tinha um único filho, que era muito rebelde e extravagante. Aos poucos, ele gastou todo o dinheiro que ela possuia. Um dia, pela primeira vez na vida, censurou-o:

- Filho malvado!!! Não tenho mais dinheiro nem sequer para comprar um pedaço de pão. Só o que me resta é a minha pobre e velha vaca.

João tanto amolou a mãe para vender a vaca, que ela acabou consentindo. Quando ele ia levando o animal, encontrou um açougueiro que lhe propôs trocar a vaca por uns grãos mágicos de feijão que ele levava no chapéu. João, julgando ser isso uma grande oferta, aceitou a proposta e voltou para casa. Quando sua mãe viu os feijões por que ele havia trocado a vaca, perdeu a paciência. Apanhou os grãos de feijão, atirou-os para fora da janela, e pôs-se a chorar. João tentou consolá-la, mas não o conseguiu. Como não tinham nada para comer, foram deitar-se com fome.

No dia seguinte, João acordou cedo e viu que alguma coisa estava fazendo sombra na janela de seu quarto. Levantou-se, desceu as escadas e foi ao jardim. Aí verificou que os grãos que sua mãe havia atirado pela janela, tinham germinado e o pé de feijão crescera surpreendentemente. As hastes eram grossas e tinham-se entrelaçado como uma trança. Estavam tão altas, que davam a impressão de alcançarem as nuvens. João, que gostava de aventuras, resolveu trepar na árvore que se formara, até atingir o alto. Depois de levar algumas horas subindo, chegou a um país estranho. Ali encontrou uma bonita moça, elegantemente vestida, e com um sorriso encantador lhe perguntou como havia chegado até lá e ele lhe contou que subira pelo pé de feijão.

- Você se lembra de seu pai? Perguntou-lhe a moça.
- Não, senhora. Mamãe sempre chora quando falo nele e não me diz nada, respondeu o menino.
- Sou a fada protetora de seu pai, disse-lhe a moça. As fadas estão sujeitas a leis, como os homens, e quando cometem um erro, perdem o seu poder por alguns anos. Eu estava incapaz de ajudar seu pai quando ele mais precisou de mim e por isso ele morreu.

A fada parecia tão triste que João se sentiu comovido e pediu-lhe que continuasse a falar.
- Seu pai era um homem muito bondoso, continuou a fada. Tinha uma boa esposa, empregados fiéis e muito dinheiro. Teve, porém, uma infelicidade: um amigo falso, um gigante que ele havia ajudado muito e que, em retribuição, o matou e roubou tudo o que ele tinha. Também fez sua mãe prometer que nunca lhe contaria nada, sob pena de matá-los também. Eu não pude ajudá-la. Meu poder só reapareceu no dia em que você foi vender sua vaca. Fui eu que fiz você trocar a vaca pelos feijões. Fui eu que fiz o pé de feijão crescer tão depressa e lhe inspirou o desejo de subir por ele. O malvado gigante vive aqui e você deve livrar o mundo deste monstro, que não faz outra coisa senão maldade... Pode apossar-se legalmente de sua casa e de suas riquezas, porque tudo pertencia a seu pai e é seu, mas não deixe sua mãe saber que você está a par desta história.

João perguntou-lhe o que devia fazer:
- Vá seguindo por esta estrada até encontrar uma casa grande, parecida com um castelo. É aí que o gigante vive. Então, aja de acordo com seu próprio modo de pensar. Seja bem sucedido... boa sorte!

A fada desapareceu e João caminhou até o sol se pôr. Com grande alegria, avistou a casa do gigante. Uma mulher de aparência simples estava à porta. Ele pediu-lhe um pedaço de pão e um lugar para dormir. Ela ficou muito surpresa e disse que não era comum aparecer ali um ser humano. Era sabido que seu marido, um gigante poderoso, não gostava de pessoas rodando perto de sua casa e ficava muito bravo... João ficou muito amedrontado, mas teve esperança de que o gigante não fosse tão ruim assim. Insistiu para que a mulher o deixasse passar a noite lá, escondendo-o do gigante. Finalmente, ela concordou. Entraram e ela o levou a um quarto, onde lhe deu de comer e beber. De repente, ouviram uma batida forte na porta, que fez a casa estremecer.

- É o gigante, disse a moça. Se ele o vir aqui, o matará e a mim também. Que farei?
- Esconda-me no forno, pediu João. O forno estava apagado e João entrou nele bem depressa. De lá ouvia o gigante gritar com a mulher e repreendê-la. Depois, sentou-se à mesa. João espiou por uma fenda no fogão e ficou horrorizado ao ver a quantidade de comida que ele ingeria. Tinha-se a impressão de que não ia acabar mais de comer e beber. Quando terminou, virou-se para trás e gritou para a sua mulher, com uma voz de trovão:

- Traga a minha galinha!
Ela obedeceu e colocou sobre a mesa uma bonita galinha.
- Ponha um ovo! ordenou ele.
Imediatamente, a galinha pôs um ovo de ouro.
- Ponha outro! continuou ele.
Cada vez que assim ordenava, ela punha um ovo maior do que o outro. Durante muito tempo, assim se divertiu com a galinha. Depois mandou a mulher para a cama e sentou-se perto da lareira, onde adormeceu, roncando alto como um canhão. Assim que ele pegou no sono, João saiu do forno, agarrou a galinha e fugiu com ela. Correu pela estrada até encontrar o pé de feijão, pelo qual desceu rapidamente. Sua mãe ficou cheia de alegria ao vê-lo. Ela pensara que lhe tivesse acontecido alguma coisa.

- Nada disso, Mamãe! E lhe contou toda a aventura, sem todavia falar no nome do pai. Mostrou-lhe a galinha, à qual ordenou várias vezes: "-Ponha um ovo!" e ela pôs quantos ovos ele desejou. Vendidos esses ovos, João e sua mãe ficaram com tanto dinheiro, que viveram felizes por muitos meses.

Um dia, ele resolveu fazer nova visista ao gigante, a fim de trazer mais riquezas. Arranjou uma roupa que o disfarçava e pintou o rosto com uma tinta escura. Levantou-se muito cedo, antes que a mãe acordasse e subiu pelo pé de feijão. Caminhou o dia todo e chegou à casa do gigante ao escurecer. Encontrou a mesma mulher à porta e pediu-lhe que lhe desse de comer e um lugar para dormir. Ela lhe contou que o marido era um gigante poderoso e cruel, e que um dia, ela dera abrigo a um menino pobre e faminto que, ingrato, roubara um dos tesouros do gigante. O marido culpara-a por isso e, desde então, começara a maltratá-la. João teve muita pena dela, mas insistiu para que o recebesse. Afinal, ela acabou consentindo. Levou-o à cozinha e, quando ele acabou de comer, escondeu-o num armário velho. O gigante chegou à hora de costume. Pisava tão forte que a casa estremecia sob seus passos. Sentou-se junto à lareira e gritou:

- Mulher, sinto cheiro de carne fresca. A esposa respondeu-lhe que os corvos tinham deixado um pedaço de carne crua no telhado. Enquanto ela preparava a ceia, ele esteve de mau humor, frequentemente culpando a esposa pela perda da galinha. Afinal, quando terminou a refeição, gritou:
- Dê-me alguma coisa para distrair-me. Traga minhas sacas de dinheiro. A esposa trouxe-as, com dificuldade, porque estavam muito pesadas. Eram duas, cheias de moedas de ouro. Ela despejou-as na mesa e o gigante começou a contá-las com alegria.
- Agora você pode ir para a cama, sua velha tonta, disse ele, e a mulher se retirou.

De seu esconderijo, João via-o contando as moedas. Ele sabia que elas tinham pertencido a seu pai e desejou possuí-las. O gigante, sem saber que estava sendo observado, colocou as moedas novamente nas duas sacas. Amarrou-as bem e colocou-as ao lado da sua cadeira. Seu cachorro estava ali de guarda. Daí a pouco, o gigante adormeceu e começou a roncar tão alto que parecia o barulho do mar em dia de tempestade.

Então, João saiu do esconderijo, mas, exatamente quando ia segurando as sacas de dinheiro, o cachorro pôs-se a latir furiosamente. João parou, esperando que seu inimigo acordasse e, então... estaria tudo perdido!!! Mas felizmente, isso não aconteceu: o gigante continuou a dormir profundamente. Neste instante, João viu um pedaço de carne e atirou-o ao cão, que parou de latir na hora. O menino aproveitou a ocasião para carregar as sacolas de moedas, colocando-as uma em cada ombro. Eram tão pesadas, que ele levou dois dias para descer pelo pé de feijão. Quando chegou a casa, deu à mãe todo o dinheiro, com o qual ela reformou a vivenda e mobiliou-a de novo. Eles estavam felizes como não eram havia muito tempo.

Durante três anos, João procurou não visitar mais o gigante. Um dia, porém, começou a preparar-se para nova viagem. Arranjou um disfarce diferente e melhor do que o usado da última vez. Era verão e em uma manhã bem cedo, sem dizer nada à mãe, subiu pelo pé de feijão, chegando à casa do gigante ao anoitecer. Como de costume, encontrou a mulher em pé, na porta. João estava tão bem disfarçado que ela não o reconheceu. Mas, quando se disse muito pobre e faminhto, encontrou grande dificuldade em ser admitido. Depois de muito insistir, conseguiu que ela o escondesse num caldeirão grande de cobre. Quando o gigante chegou, disse furioso:

- Sinto cheiro de carne fresca!!! Apesar de todas as desculpas que a esposa lhe dava, pôs-se a revistar tudo. João estava horrorizado, desejando mil vezes ver-se em casa, são e salvo. Quando o gigante chegou ao caldeirão e pôs a mão na tampa, João considerou-se morto. Mal ele começara a levantar a tampa, mudou de idéia, deixando-a cair. Foi sentar-se perto da lareira, para devorar a grande ceia. Quando acabou, deu ordens à mulher para trazer-lhe a harpa. João espiou pela tampa do caldeirão e viu a harpa mais original que podia imaginar. o gigante colocou-a sobre a mesa e disse:

- Toque!!! Imediatamente ela começou a tocar uma linda música e João desejou apoderar-se dela, mais do que qualquer outro tesouro do seu inimigo. O gigante não era apreciador de música. A harpa embalou-o, fazendo-o dormir mais cedo do que de costume. Assim que João verificou que estava tudo bem, saiu do caldeirão, pegou a harpa e saiu correndo. Entretanto, a harpa era encantada e, assim que se viu em mãos estranhas, pôs-se a gritar alto:

- Patrão!!! Patrão!!!
O gigante acordou, levantou-se e viu João correndo.
- Oh!!! Você, vilão!!! Foi você quem roubou minha galinha, meu dinheiro e agora vai levando minha harpa!!! Espere aí que eu vou pegá-lo e fazer picadinho de você!!! - ameaçou ele em seu vozeirão de trovão.
- Muito bem, experimente!!! desafiou João. Ele sabia que o gigante havia comido tanto que mal podia ficar de pé, imagine correr atrás dele. Por outro lado, ele era jovem, tinha pernas ágeis e a consciência tranquila, o que muito ajuda o homem a caminhar com facilidade. Assim, num instante, chegou ao pé de feijão e foi descendo o mais depressa que pode. A harpa ia tocando uma suave canção.

Chegando em casa, encontrou sua mãe chorando, muito preocupada. Ele a consolou e pediu-lhe que fosse buscar, depressa, uma machadinha. O gigante já vinha descendo e não havia tempo a perder. As más ações do monstro tinham, porém, chegado ao fim. João cortou o pé de feijão bem na raiz. O gigante caiu de cabeça no jardim e morreu imediatamente. Nesse momento, apareceu a fada que explicou tudo à mãe de João e eles puderam assim continuar a cuidar da vida e da fazenda, nunca mais faltando dinheiro para comer, e João sentiu-se também muito feliz pois pode finalmente vingar a morte de seu pai.

Dumbo


E as cegonhas sobrevoavam o alojamento de um circo de inverno à procura das mães dos filhotes que carregavam em seus enormes bicos.

Todas ganhavam, a mamãe girafa, a mamãe ursa, a mamãe hipopótamo, só Dona Jumbo, a mamãe elefante não ganhou seu filhote tão esperado.

Assim o circo embarca trazendo muita diversão.

De repente, uma cegonha um pouco atrasada, chega trazendo o tão esperado filhote de Dona Jumbo.

Puxa, que alegria!

Jumbo Júnior era o seu nome.

- Mas que orelhas! disse uma companheira da Sra Jumbo. O seu nome será Dumbo!

Não importava , Dumbo ou Jumbo Júnior, era o filhote mais querido e esperado. Dona Jumbo tratava-o com muito carinho!

E assim a Sra Jumbo e Dumbo passaram a noite mais feliz de suas vidas.

Mãe e filho, juntos.

No dia seguinte, o público começou a chegar para o grande espetáculo.

Dumbo chamou muito a atenção de todos, pois sua orelha era enorme mesmo. As crianças começaram a zombar de Dumbo e como toda mãe, Dona Jumbo foi defender seu filhote daquela zombaria, mas se excedeu demais. Acabou indo para solitária

Pobre Dumbo, ficou só. As companheiras da Sra Jumbo, ignoravam o elefantinho que precisava apenas de um pouco de atenção.

Mas Timóteo, um simpático ratinho, estava sentado comendo as sobras de amendoim deixados pelo público, observava tudo e ficou indignado com a atitude daqueles paquidermes e resolveu ajudar Dumbo.

Tornou-se o melhor amigo de Dumbo!

No dia seguinte, o número que os elefantes iriam apresentar seria a formação de uma pirâmide e no topo Dumbo seria lançado. Timóteo como seu amigo, deu-lhe a maior força, mas foi um desastre!

Dumbo então foi transformado em um palhaço!

Mas Dumbo estava muito triste, pois ele era um elefante e não um palhaço! E timóteo para reanimá-lo conseguiu que Dumbo fosse ver sua mãe na solitária.

Sra Jumbo aquela noite ninou o seu bebê!

Sem querer os os dois amigos vão parar encima de uma árvore, onde estavam sendo observados pelos corvos.

Timóteo então descobriu que eles poderiam ter voado!

- Você pode voar, suas orelhas são perfeitas asas - disse Timóteo!

Dumbo então é incentivado a voar pelos corvos que lhe dão uma pena e Timóteo dizia ser a pena mágica.

- Voe, Voe, bata as asas, vamos! Você pode! Você pode! - gritava Timóteo!

Finalmente Dumbo voou!

No dia seguinte, Dumbo se transforma na principal atraçao do circo.

Usando suas orelhas, ele faz o que nenhum outro elefante conseguiu: voar! Agora, Dumbo é um verdadeiro herói e brilha como a estrela voadora do circo, trazendo alegria e diversão para todos.

A Dama e o Vagabundo


Que natal feliz! Uma jovem recém-casada recebeu de presente uma pequena cadelinha que chamou de Lady.

E desde então é um festival de carinhos que não tem fim!

Lady é tão linda que os cães do quarteirão não tem olhos para nada, a não ser para ela.

Especialmente Vagabundo!

Porém, Lady recusa-se a falar com ele. Ela acha tão despenteado, tão mal-educado!

Um belo dia, Lady deu adeus à sua boa vida.

Sua dona teve um bebê.

Todos os sorrisos, todos os carinhos são para o recém-nascido.

Mas o pior de tudo é quando tia Sarah chega em casa com seus dois horríveis gatos.

Si e Ão.

Os dois siameses malvados começam imediatamente a atacá-la e a mexer em tudo que havia dentro de casa.

Lady defende, porém quebra tudo na sala.

Como punição lhe colocam uma focinheira.

Lady se debate, salta, dá pulos, se enfurece!

Para onde será que ela vai?

Ela foge desesperada para a rua, e os cães vadios a atacam sem piedade.

Mas eis que chega o Vagabundo! Ele rosna, morde, afasta os cachorrões, Salvando Lady.

Lady se encanta com a bravura de Vagabundo e começa se apaixonar!

Vagabundo conduz Lady à uma cantina do seu amigo Tony. E aquele dia em especial Tony prepara uma deliciosa macarronada para os dois.

E ali começou um grande romance. Mais tarde eles se casaram, tiveram muitos filhotes e Lady pode voltar com sua família para casa, onde todos puderam ser felizes.

As Aventuras de Gulliver


Era uma vez um jovem chamado Gulliver que decidiu viajar pelo mundo. Então, durante uma tempestade, seu barco afundou e ele conseguiu nadar até uma praia.

Quando acordou, estava sendo espetado por pequenos dardos atirados por homenzinhos. Gulliver, então foi levado prisioneiro até o imperador dos pequenos soldados.

- Aqui em Liliput, temos um terrível inimigo que vive na ilha vizinha, e precisamos de sua ajuda. Em troca, daremos comida e abrigo.

Gulliver decidiu ajudar. Afinal, os homenzinhos eram até muito simpáticos.

À noite, Gulliver atravessou o estreito e destruiu os barcos inimigos. Quando voltou, os Liliputianos, agradecidos, ajudaram-no a voltar para a Inglaterra.

Em Londres, Gulliver arranjou outro navio e voltou para o mar. A viagem demorou tanto que faltou água. Ao encontrar terra, mandou alguns marinheiros à procura de água doce.

Gulliver também saiu à procura de água, mas foi surpreendido por um gigante que queria apanhá-lo.

Os marinheiros fugiram apavorados e o gigante conseguiu apanhá-lo. Ao olhar bem para Gulliver, o gigante teve a idéia ganhar dinheiro mostrando-o em seu reino. Gulliver trabalharia como ator para divertir as pessoas que pagariam para vê-lo.

Na capital do reino dos gigantes, a rainha resolveu comprar Gulliver por cem moedas de ouro. Afeiçoada a Gulliver, a rainha ordenou que construíssem uma casa do tamanho dele para que ficasse bem acomodado.

Mas, uma noite, duas enormes vespas o atacaram. Depois de lutar ferozmente com sua espada, conseguiu sair vitorioso. Ao chegar, a rainha viu o final do combate sem poder fazer nada para ajudar Gulliver.

Então, a rainha deixou Gulliver voltar para a sua casa. Em Londres, Gulliver viveu feliz, escrevendo sobre suas viagens fantásticas.

Alice no Pais das Maravilhas

Era uma vez uma menina chamada Alice. Numa tarde de verão, ela estava sob a sombra de uma árvore, ao lado de sua irmã mais velha, que lia um livro sem nenhuma figura. Achando aquilo muito chato, Alice foi ficando cada vez mais sonolenta quando, de repente, apareceu um coelho apressado com um enorme relógio exclamando:

- Hãaa!!! Nossa! É tarde, é tarde, é tarde, muito tarde!

O coelho entrou numa toca e a menina foi atrás. De repente, ficou tudo muito escuro e Alice sentiu que estava caiiindo, caiiindo, caiiindo num poço que parecia não ter fim.

Aí... de repente, plaft! Tinha caído sentada num monte de folhas secas. Olhando ao redor, ela viu uma pequena porta. Quis passar, mas não conseguiu, porque a porta era minúscula.

Havia por ali uma lata em que estava escrito "Coma-me". Abriu a lata mais que depressa e, vendo que eram biscoitos, começou a comer. Pra surpresa de Alice, quanto mais ela comia, menor ficava em tamanho. Foi ficando pequenininha, pequenininha e assim conseguiu passar pela portinha.

Saiu então num jardim onde viu flores falando e cantando. Isso a deixou super-admirada. Perguntou então às flores:

- Como posso crescer novamente?

- Siga em frente. Responderam em coro.

Alice obedeceu. Andou, andou, e encontrou em cima de um cogumelo um bichinho verde que lhe perguntou:

- Que deseja, menina?

Percebendo a tristeza de Alice, o bichinho verde disse:

- Coma do cogumelo, mas coma só do lado direito, senão você diminui.

Minutos depois de comer, Alice voltou ao seu tamanho normal. Muito feliz, ela levou consigo mais dois pedacinhos do cogumelo.

Sem rumo certo, Alice continuou a andar quando, inesperadamente, encontrou um gato risonho:

- Pode me indicar o caminho que devo seguir?. Disse a menina.

- Humm! Mas pra onde deseja ir? - perguntou o gato.

- Não sei!...

- Humm! À direita, mora o Chapéu; à esquerda, mora a Lebre de Março. Hãaa!. Tanto faz, menina, os dois são malucos, disse o gato.

- Maas, então, tenho eu que viver entre doidos?

- Humm! Humm! Dê trinta passos pra frente, trinta passos pra direita e mais trinta pra esquerda. Ali existe uma árvore que orienta.

Sem entender nada, mas levada pela intuição, Alice chegou na casa da Lebre de Março e viu a Lebre e o Chapéu tomando chá ao ar livre. Sentou-se à mesa com os dois.

- Mais vinho, Chapéu? - perguntou a Lebre.

- Oh! Oh! Oh! Sim, por favor, querida, um pouco mais de leite sem manteiga com casca de pão - respondeu ele.

Aturdida, sem entender nada, Alice saiu dali em disparada. Mais à frente, ela viu os soldados da Rainha de Copas pintando de vermelho as flores brancas que ali existiam.

- Mas por que estão pintando de vermelho as flores brancas?

- Plantamos flores brancas por engano. Como a Rainha só gosta de flores vermelhas, se não pintarmos as flores brancas de vermelho, ela manda cortar nossas cabeças, responderam eles.

No Reino de Copas, tirando essa maluquice toda, tudo corria normalmente. Um dia, porém, um soldado roubou da Rainha um pedaço de bolo. Foi preso pra ser julgado e condenado. E Alice, mesmo sem saber do acontecido, foi convocada pra testemunhar.

Estava pra se iniciar o julgamento, quando algo muito estranho aconteceu. Alice começou a crescer, a crescer... e ficou muito alta, com mais de um quilômetro de altura.

Os soldados então começaram a correr atrás dela pra expulsá-la do Reino, porque assim mandava a lei.

Nesse instante, Alice acordou e viu-se deitada no colo de sua irmã que lia um livro sem figuras. Ah, ah, ah! Felizmente, tudo tinha sido só um sonho!!!.