Cinderella




Há muito tempo, aconteceu que a esposa de um rico comerciante adoeceu gravemente e, sentindo seu fim se aproximar, chamou sua única filha e disse:
__Querida filha, continue piedosa e boa menina que Deus a protegerá sempre. Lá do céu olharei por você, e estarei sempre a seu lado.Mal acabou de dizer isso, fechou os olhos e morreu.
A jovem ia todos os dias visitar o túmulo da mãe, sempre chorando muito.
Veio o inverno, e a neve cobriu o túmulo com seu alvo manto.
Chegou a primavera, e o sol derreteu a neve. Foi então que o viúvo resolveu se casar outra vez.
A nova esposa trouxe suas duas filhas, ambas bonitas, mas só exteriormente. As duas tinham a alma feia e cruel.
A partir desse momento, dias difíceis começaram para a pobre enteada.
__ Essa imbecil não vai ficar no quarto conosco! _Reclamaram as moças.
__ O lugar dela é na cozinha! Se quiser comer pão, que trabalhe!
Tiraram-lhe o vestido bonito que ela usava, obrigaram-na a vestir outro, velho e desbotado, e a calçar tamancos.
__Vejam só como está toda enfeitada, a orgulhosa princesinha de antes! -disseram a rir, levando-a para a cozinha.
A partir de então, ela foi obrigada a trabalhar, da manhã à noite, nos serviços mais pesados.
Era obrigada a se levantar de madrugada, para ir buscar água e acender o fogo. Só ela cozinhava e lavava para todos.
Como se tudo isso não bastasse, as irmãs caçoavam dela e a humilhavam.
Espalhavam lentilhas e feijões nas cinzas do fogão e obrigavam-na a catar um a um.
À noite, exausta de tanto trabalhar, a jovem não tinha onde dormir e era obrigada a se deitar nas cinzas do fogão. E, como andasse sempre suja e cheia de cinza, só a chamavam de Cinderela.
Uma vez, o pai resolveu ir a uma feira. Antes de sair, perguntou às enteadas o que desejavam que ele trouxesse.
__Vestidos bonitos- disse uma.
__ Pérolas e pedras preciosas - disse a outra.
__E você, Cinderela, o que vai querer? - perguntou o pai.
__No caminho de volta, pai, quebre o primeiro ramo que bater no seu chapéu e traga-o para mim.
Ele partiu para a feira, comprou vestidos bonitos para uma das enteadas, pérolas e pedras preciosas para a outra e, de volta para casa, quando cavalgava por um bosque, um ramo de aveleira bateu no seu chapéu. Ele quebrou o ramo e levou-o.
Chegando em casa, deu às enteadas o que haviam pedido e à Cinderela, o ramo de aveleira.
Ela agradeceu, levou o ramo para o túmulo da mãe, plantou-o ali, e chorou tanto que suas lágrimas regaram o ramo. Ele cresceu e se tornou uma aveleira linda.
Três vezes, todos os dias, a menina ia chorar e rezar embaixo dela.
Sempre que a via chegar, um passarinho branco voava para a árvore e, se a ouvia pedir baixinho alguma coisa, jogava-lhe o que ela havia pedido.
Um dia, o rei mandou anunciar uma festa, que duraria três dias.
Todas as jovens bonitas do reino seriam convidadas, pois o filho dele queria escolher entre elas aquela que seria sua futura esposa.
Quando souberam que também deveriam comparecer, as duas filhas da madrasta ficaram contentíssimas.
__Cinderela! - Gritaram.__ Venha pentear nosso cabelo, escovar nossos sapatos e nos ajudar a vestir, pois vamos a uma festa no castelo do rei!
Cinderela obedeceu chorando, porque ela também queria ir ao baile. Perguntou à madrasta se poderia ir, e esta respondeu:
__Você, Cinderela! Suja e cheia de pó, está querendo ir à festa? Como vai dançar, se não tem roupa nem sapatos?
Mas Cinderela insistiu tanto, que afinal ela disse:
__ Está bem. Eu despejei nas cinzas do fogão um tacho cheio de lentilhas. Se você conseguir catá-las todas em duas horas, poderá ir.
A jovem saiu pela porta dos fundos, correu para o quintal e chamou:
__ Mansas pombinhas e rolinhas!
Passarinhos do céu inteiro!
Venham me ajudar a catar lentilhas!
As boas vão para o tacho!
As ruins para o seu papo!
Logo entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir, vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas.
As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e deixavam cair no tacho. As outras avezinhas faziam o mesmo. Não levou nem uma hora, o tacho ficou cheio e as aves todas voaram para fora.
Cheia de alegria, a menina pegou o tacho e levou para a madrasta, certa de que agora poderia ir à festa. Porém a madrasta disse:
__ Não, Cinderela. Você não tem roupa e não sabe dançar. Só serviria de caçoada para os outros.
Como a menina começou a chorar, ela propôs:
__Se você conseguir catar dois tachos de lentilhas nas cinzas em uma hora, poderá ir conosco.
Enquanto isso, pensou consigo mesma: “Isso ela não vai conseguir…”
Assim que a madrasta acabou de espalhar os grãos nas cinzas, Cinderela correu para o quintal e chamou:
__ Mansas pombinhas e rolinhas!
Passarinhos do céu inteiro!
Venham me ajudar a catar lentilhas!
As boas vão para o tacho!
As ruins para o seu papo!
E entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas.
As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e deixavam cair no tacho. Os outros pássaros faziam o mesmo. Não passou nem meia hora, e os dois tachos ficaram cheios. As aves se foram voando pela janela.
Então, a menina levou os dois tachos para a madrasta, certa de que, desta vez, poderia ir à festa.
Porém, a madrasta disse:
__ Não adianta, Cinderela! Você não vai ao baile! Não tem vestido, não sabe dançar e só nos faria passar vergonha!

Contos, fabulas e historinhas: Cinderela

E, dando-lhe as costas, partiu com suas orgulhosas filhas.
Quando ficou sozinha, Cinderela foi ao túmulo da mãe e embaixo da aveleira, disse:
__ Balance e se agite,
árvore adorada,
cubra-me toda
de ouro e prata!
Então o pássaro branco jogou para ela um vestido de ouro e prata e sapatos de seda bordada de prata. Cinderela se vestiu, a toda pressa, e foi para a festa.
Estava tão linda, no seu vestido dourado, que nem as irmãs, nem a madrasta a reconheceram. Pensaram que fosse uma princesa estrangeira, para elas, Cinderela só poderia estar em casa, catando lentilhas nas cinzas.
Logo que a viu, o príncipe veio a seu encontro e, pegando-lhe a mão, levou-a para dançar. Só dançou com ela, sem largar de sua mão por um instante.
Quando alguém a convidava para dançar, ele dizia:
__ Ela é minha dama.
Dançaram até altas horas da noite e, até que Cinderela quis voltar para casa.
__ Eu a acompanho - disse o príncipe. Na verdade, ele queria saber a que família ela pertencia.
Mas Cinderela conseguiu escapar dele, correu para casa e se escondeu no pombal. O príncipe esperou o pai dela chegar e contou-lhe que a jovem desconhecida tinha saltado para dentro do pombal.
“Deve ser Cinderela…”, pensou o pai. E mandou vir um machado para arrombar a porta do pombal. Mas não havia ninguém lá dentro.
Quando chegaram em casa, encontraram Cinderela com suas roupas sujas, dormindo nas cinzas, à luz mortiça de uma lamparina.
A verdade é que, assim que entrou no pombal, a menina saiu pelo lado de trás e correu para a aveleira. Ali, rapidamente tirou seu belo vestido e deixou-o sobre o túmulo. Veio o passarinho, apanhou o vestido e levou-o. Ela vestiu novamente seu vestidinho velho e sujo, correu para casa e se deitou nas cinzas da cozinha.
No dia seguinte, o segundo dia da festa, quando os pais e as irmãs partiram para o castelo, Cinderela foi até a aveleira e disse:
__ Balance e se agite,
árvore adorada,
cubra-me toda
de ouro e prata!
E o pássaro atirou para ela um vestido ainda mais bonito que o da véspera. Quando ela entrou no salão assim vestida, todos ficaram pasmados com sua beleza.
O príncipe, que a esperava, tomou-lhe a mão e só dançou com ela. Quando alguém convidava a jovem para dançar, ele dizia:
__ Ela é minha dama.
Já era noite avançada quando Cinderela quis ir embora.
O príncipe seguiu-a, para ver em que casa entraria.
A jovem seguiu seu caminho e, inesperadamente, entrou no quintal atrás da casa.
Ágil como um esquilo, subiu pela galharia de uma frondosa pereira carregada de frutos que havia ali. O príncipe não conseguiu descobri-la e, quando viu o pai dela chegar, disse:
__ A moça desconhecida escondeu-se nessa pereira.
“Deve ser Cinderela”, pensou o pai. Mandou buscar um machado e derrubou a pereira. Mas não encontraram ninguém na galharia.
Como na véspera, Cinderela já estava na cozinha dormindo nas cinzas, pois havia escorregado pelo outro lado da pereira, correra para a aveleira, e devolvera o lindo vestido ao pássaro. Depois, vestiu o feio vestidinho de sempre, e correu para casa.
No terceiro dia, assim que os pais e as irmãs saíram para a festa, Cinderela foi até o túmulo da mãe e pediu à aveleira:
__ Balance e se agite,
árvore adorada,
cubra-me toda
de ouro e prata!
E o pássaro atirou-lhe o vestido mais suntuoso e brilhante jamais visto, acompanhado de um par de sapatinhos de puro ouro.
Ela estava tão linda, tão linda, que, quando chegou ao castelo, todos emudeceram de assombro. O príncipe só dançou com ela e, como das outras vezes, dizia a todos que vinham tirá-la para dançar:
__ Ela é minha dama.
Já era noite alta, quando Cinderela quis voltar para casa. O príncipe tentou segui-la, mas ela escapuliu tão depressa, que ele não pode alcançá-la.
Dessa vez, porém, o príncipe usara um estratagema: untou com piche um degrau da escada e, quando a moça passou, o sapato do pé esquerdo ficou grudado. Ela deixou-o ali e continuou correndo.
O príncipe pegou o sapatinho: era pequenino, gracioso e todo de ouro.
No outro dia, de manhã, ele procurou o pai e disse:
__ Só me casarei com a dona do pé que couber neste sapato.
As irmãs de Cinderela ficaram felizes e esperançosas quando souberam disso, pois tinham pés delicados e bonitos.
Quando o príncipe chegou à casa delas, a mais velha foi para o quarto acompanhada da mãe e experimentou o sapato. Mas, por mais que se esforçasse, não conseguia meter dentro dele o dedo grande do pé. Então, a mãe deu-lhe uma faca, dizendo:
__ Corte fora o dedo. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé.
Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele recebeu-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo.
Quando passavam pelo túmulo da mãe de Cinderela, que ficava bem no caminho, duas pombas pousaram na aveleira e cantaram:
__ Olhe para trás! Olhe para trás!
Há sangue no sapato,
que é pequeno demais!
Não é a noiva certa
que vai sentada atrás!
O príncipe virou-se, olhou o pé da moça e logo viu o sangue escorrendo do sapato. Fez o cavalo voltar e levou-a para a casa dela.
Chegando lá, ordenou à outra filha da madrasta que calçasse o sapato. Ela foi para o quarto e calçou-o. Os dedos do pé entraram facilmente, mas o calcanhar era grande demais e ficou de fora. Então, a mãe deu-lhe uma faca dizendo:
__ Corte fora um pedaço do calcanhar. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé.
Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele aceitou-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo.
Quando passavam pela aveleira, duas pombinhas pousaram num dos ramos e cantaram:
__ Olhe para trás! Olhe para trás!
Há sangue no sapato,
que é pequeno demais!
Não é a noiva certa
que vai sentada atrás!
O príncipe olhou o pé da moça, viu o sangue escorrendo e a meia branca, vermelha de sangue. Então virou seu cavalo, levou a falsa noiva de volta para casa e disse ao pai:
__ Esta também não é a verdadeira noiva. Vocês não têm outra filha?
__ Não!- respondeu o pai__ A não ser a pequena Cinderela, filha de minha falecida esposa. Mas é impossível que seja ela a noiva que procura.
O príncipe ordenou que fossem buscá-la.
__ Oh, não! Ela está sempre muito suja! Seria uma afronta trazê-la a vossa presença! - protestou a madrasta.
Porém o príncipe insistiu, exigindo que ela fosse chamada. Depois de lavar o rosto e as mãos ela veio, curvou-se diante do príncipe e pegou o sapato de ouro que ele lhe estendeu.
Sentou-se num banquinho, tirou do pé o pesado tamanco e calçou o sapato, que lhe serviu como uma luva.
Quando ela se levantou, o príncipe viu seu rosto e reconheceu logo a linda jovem com quem havia dançado.
__ É esta a noiva verdadeira! — exclamou, feliz.
A madrasta e as filhas levaram um susto e ficaram brancas de raiva. O príncipe ergueu Cinderela, colocou-a na garupa do seu cavalo e partiram. Quando passaram pela aveleira, as duas pombinhas brancas cantaram:
__ Olhe pare trás! Olhe pare trás!
Não há sangue no sapato,
que serviu bem demais!
Essa é a noiva certa.
Pode ir em paz!
E, quando acabaram de cantar, elas voaram e foram pousar, uma no ombro direito de Cinderela, outra no esquerdo; ali ficaram.
Quando o casamento de Cinderela com o príncipe se realizou, as falsas irmãs foram à festa. A mais velha ficou à direita do altar, e a mais nova, à esquerda.
Subitamente, sem que ninguém pudesse impedir, a pomba pousada no ombro direito da noiva voou para cima da irmã mais velha e furou-lhe os olhos. A pomba do ombro esquerdo fez o mesmo com a mais nova, e ambas ficaram cegas para o resto de suas vidas.

Contos, fabulas e historinhas: Cinderela

Pinóquio

Contos, fabulas e historinhas: Pinóquio


Era uma vez, um senhor chamado Gepeto. Ele era um homem bom, que morava sozinho em uma bela casinha numa vila italiana.
Gepeto era marceneiro, fazia trabalhos incríveis com madeira, brinquedos, móveis e muitos outros objetos. As crianças adoravam os brinquedos de Gepeto.
Apesar de fazer a felicidade das crianças com os brinquedos de madeira, Gepeto sentia-se muito só, e por vezes triste. Ele queria muito ter tido um filho, e assim resolveu construir um amigo de madeira para si.
O boneco ficou muito bonito, tão perfeito que Gepeto entusiasmou-se e deu-lhe o nome de Pinóquio.
Os dias se passaram e Gepeto falava sempre com o Pinóquio, como se este fosse realmente um menino.
Numa noite, a Fada Azul visitou a oficina de Gepeto. Comovida com a solidão do bondoso ancião, resolveu tornar seu sonho em realidade dando vida ao boneco de madeira.
E tocando Pinóquio com a sua varinha mágica disse:
__Te darei o dom da vida, porém para se transformar num menino de verdade deves fazer por merecer . Deve ser sempre bom e verdadeiro como o seu pai, Gepeto.
A fada incumbiu um saltitante e esperto grilo na tarefa de ajudar Pinóquio a reconhecer o certo e o errado, dessa forma poderia se desenvolver mais rápido e alcançar seu almejado sonho: tornar-se um menino de verdade.
No dia seguinte, ao acordar, Gepeto percebeu-se que o seu desejo havia se tornado realidade.
Gepeto, que já amava aquele boneco de madeira como seu filho, agora descobria o prazer de acompanhar suas descobertas, observar sua inocência, compartilhar sua vivacidade. Queria ensinar ao seu filho, tudo o que sabia e retribuir a felicidade que o boneco lhe proporcionava.
Sendo assim, Gepeto resolveu matricular Pinóquio na escola da vila, para que ele pudesse aprender as coisas que os meninos de verdade aprendem, além de fazer amizades.
Pinóquio seguia a caminho da escola todo contente pensando em como deveria ser seu primeiro dia de aula estava ansioso para aprender a ler e escrever.
No caminho porém encontrou dois estranhos que logo foram conversando com ele. Era uma Raposa e um Gato, que ficaram maravilhados ao ver um boneco de madeira falante e pensaram em ganhar dinheiro às custas do mesmo.
__ Não acredito que você vai a escola! Meninos espertos preferem aprender na escola da vida! – falou a Raposa se fazendo de esperta.
_ Vamos Pinóquio, sem desviar do nosso caminho! Gritou o pequeno e responsável grilo.
A Raposa e o Gato começaram a contar que estavam indo assistir ao show do teatro de marionetes. Pinóquio não conseguiu vencer sua curiosidade, para ele tudo era novidade, queria conhecer o teatro divertido, do qual os dois estranhos falavam.
__ Acho até que você poderá trabalhar no teatro, viajar conhecer novas pessoas, ganhar muito dinheiro e comprar coisas para você e para quem você gosta. Continuou a instigar a Raposa.
O pequeno grilo continuou a falar com Pinóquio, mas este estava tão empolgado que nem o escutava mais.
Pinóquio então, seguiu com a Raposa e o Gato, rumo à apresentação do teatro de marionetes, deixando seu amigo grilo para trás.

A Raposa e o Gato venderam o boneco par ao dono do teatro de marionetes.
Pinóquio sem perceber o acontecido atuou na apresentação dos bonecos e fez grande sucesso com o público.
Ao final da apresentação, Pinóquio quis ir embora, porém o dono do teatro vai em Pinóquio a sua chance de ganhar muito dinheiro, sendo assim o trancou numa gaiola.
Pinóquio passou a noite preso, chorando, lembrou do seu pai e teve medo de não vê-lo novamente.
Já estava amanhecendo quando o Grilo enfim, conseguiu encontrar Pinóquio. Mas não o conseguiu libertar da gaiola. Nesse momento, apareceu a Fada Azul que perguntou ao boneco o que havia acontecido.
Pinóquio mentiu, contou que havia se perdido e encontrado o dono do teatro de marionetes, que o prendeu e o obrigou aa trabalhar para ele.
Pinóquio se assustou com o que havia acontecido em seguida.Seu nariz dobrar de tamanho. Assustado, o boneco começou a chorar.
__ Não chore, Pinóquio! disse a Fada Azul abrindo com a sua varinha mágica o cadeado da gaiola. __ Sempre que você mentir seu nariz o denunciará e crescerá. A mentira é algo aparente, é errado e não deve fazer parte de quem possui um bom coração.- Continuou a Fada.
__ Não quero ter esse nariz! Eu falo a verdade! Quis saber como era um teatro de marionetes e sai do meu caminho.Acabei me dando mal.
__ Não minta novamente, Pinóquio! Lembre-se que para ser um menino de verdade, você deve fazer por merecer.- disse a fada , desaparecendo em seguida.
Pinóquio estava voltando para casa com o grilo, quando viu três crianças correndo sorridentes em uma direção oposta à sua.
Como era muito curioso, Pinóquio perguntou a um dos meninos onde ele ia.
__ Estamos indo pegar um barco para a Ilha da Diversão.Lá existe um enorme parque com brinquedos e doces à vontade. Criança lá não estuda.Só se diverte!
Pinóquio achou a idéia de uma ilha como aquela tentadora.Parou no meio do caminho e olhou na direção dos meninos que corriam.
__ Não, Pinóquio! Dúvida, não! O que eles estão fazendo parece bom, divertido, mas é errado.Fazer o que é errado traz más conseqüências. – disse o esperto grilo. Os meninos, já um pouco distantes chamavam Pinóquio para ir junto.
__Ah! Grilo, eu vou só conhecer a ilha,. Não ficarei lá para sempre.- disse o inocente boneco, já correndo em direção aos meninos.
O grilo não concordou, mas seguiu Pinóquio, afinal era responsável por ele.
Pinóquio entro num barco cheio de crianças que ia para a tal ilha.
Ao chegarem na ilha, as crianças correram em direção aos brinquedos. Podia-se brincar à vontade,comer doces o quanto quisessem.
O grilo observava, desapontado, o boneco se divertindo.
A noite chegou, e as crianças exaustas de tanto brincar, dormiram no chão, espalhadas pelo parque. Algumas sentiam dores na barriga de tanto comer doces.
Pinóquio estava quase dormindo, quando o grilo o acordou.
__Pinóquio, o que está acontecendo?
__O que grilo? Estou com sono.Está acontecendo que todos estão dormindo. - disse o boneco sonolento.
_ Não estou falando disso, Pinóquio! Falo das orelhas de vocês! Estão com orelhas... de burro! – disse o grilo preocupado.
Pinóquio despertou e assustado correu em direção a um lago, para ver seu reflexo na água.
Várias crianças já haviam percebido o que estava acontecendo e choravam assustadas.
Pinóquio ficou com m muito medo, pois via que outras crianças já estavam também com rabo de burro.
O grilo chamou o boneco para saírem imediatamente da ilha. Devia ser algum feitiço.Em troca da diversão que tiveram estavam se transformando em burros.
Pinóquio correu em direção a um pequeno barco.Com ele, iam o grilo e outras crianças. Porém, ninguém conseguia dirigir o barco.
Pinóquio, chorando, chamou a fada Azul.
_ Fada Azul, por favor, nos ajude!
A fada apareceu, ficou feliz por Pinóquio pedir ajuda também pelas outras crianças.
Ao perguntar ao boneco o que havia acontecido, a Fada recebeu deste outra mentira. Pinóquio mentiu que havia seguido um menino que ia para a mesma vila que o Gepeto morava e acabaram se perdendo.
No mesmo instante, o nariz do boneco começou a crescer.
Assustado, Pinóquio lembrou do que a fada havia dito e falou a verdade.
Seu nariz voltou ao normal, e a Fada anulou o feitiço que estava fazendo Pinóquio e as outras crianças se transformarem em burros.
Pinóquio seguiu com o grilo em direção à sua casa na vila. Sentia muita saudade do seu pai Gepeto. Estava começando a entender que o seu pai queria sempre o melhor para ele, e o melhor, naquele momento, era a seu lar, a escola e a vila.
Ao chegar em casa, Pinóquio não encontrou Gepeto. Com medo, ficou imaginando que Gepeto poderia ter morrido de tristeza com o seu sumiço. Mas o grilo encontrou um bilhete de Gepeto, pendurado na porta.
No bilhete, Gepeto dizia que ia de barco procurar o seu filho amado.
Pinóquio foi em direção à praia, junto com o grilo.
Chegando lá, não viram nenhum sinal do barco do Gepeto.
Pinóquio ficou sabendo por uns pescadores que um pequeno barco havia sido engolido por uma baleia naquela manhã.
O boneco imediatamente pensou que se tratava de Gepeto e atirou-se ao mar, para procurar a tal baleia.
O grilo foi atrás de Pinóquio. Ambos nadaram bastante até encontrarem uma enorme criatura.
O grilo avisou ao boneco que aquela era uma baleia. Pinóquio se colocou na frente do animal e em poucos segundos foi engolido por ela. O grilo que o acompanhava todo o tempo,também foi engolido.
Ao chegarem no estômago do animal, viram um pequeno barco e Gepeto, triste, cabisbaixo, sentado com as mãos na cabeça.
Ao ver o boneco, Gepeto sorriu e correu ao seu encontro.
Pinóquio abraçou o pai e pediu desculpas por ter agido mal.
__ A única coisa que importa, meu filh,o, é que você está bem. -disse o bondoso velhinho
Pinóquio teve a idéia de fazerem uma fogueira com pedaços de madeira do barco, assim a baleia podia espirrar e atirá-los para fora da sua barriga.
O plano deu certo, e a baleia espirrou o barco onde estavam Gepeto, Pinóquio e o grilo.
Ao chegarem à praia, Pinóquio e Gepeto novamente se abraçaram felizes por ter dado tudo certo.
_ Prometo ser obediente, papai! Não mentir e cumprir meus deveres. –disse o boneco.
Gepeto ficou orgulhoso do filho. Sabia que Pinóquio tinha aprendido valiosas lições.
Nesse momento, a Fada Azul apareceu e sorridente disse ao boneco:
__ Você aprendeu as diferenças entre o bem e o mal. O valor do amor, da lealdade .Tudo o que fazemos tem uma conseqüência, que pode ser boa ou ruim dependendo de como agimos. Por tudo o que você aprendeu e pelo modo como agiu, agora farei de você será um menino de verdade!
Assim, a Fada transformou Pinóquio em um menino de verdade. E este viveu muito feliz com o seu pai, Gepeto, e com o amigo grilo.

Branca de Neve




Um dia, a rainha de um reino bem distante bordava perto da janela do castelo, uma grande janela com batentes de ébano, uma madeira escuríssima. Era inverno e nevava muito forte.
A certa altura, a rainha desviou o olhar para admirar os flocos de neve que dançavam no ar; mas com isso se distraiu e furou o dedo com a agulha.
Na neve que tinha caído no beiral da janela pingaram três gotinhas de sangue. O contraste foi tão lindo que a rainha murmurou:
— Pudesse eu ter uma menina branquinha como a neve, corada como sangue e com os cabelos negros como o ébano…
Alguns meses depois, o desejo da rainha foi atendido.
Ela deu à luz uma menina de cabelos bem pretos, pele branca e face rosada. O nome dado à princesinha foi Branca de Neve.
Mas quando nasceu a menina, a rainha morreu. Passado um ano, o rei se casou novamente. Sua esposa era lindíssima, mas muito vaidosa, invejosa e cruel.
Um certo feiticeiro lhe dera um espelho mágico, ao qual todos os dias ela perguntava, com vaidade:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondia:
— Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior.
O tempo passou. Branca de Neve cresceu, a cada ano mais linda…
E um dia o espelho deu outra resposta à rainha.
— A sua enteada, Branca de Neve, é agora a mais bela.
Invejosa e ciumenta, a rainha chamou um de seus guardas e lhe ordenou que levasse a enteada para a mata e lá a matasse. E que trouxesse o coração de Branca de Neve, como prova de que a missão fora cumprida.
O guarda obedeceu. Mas, quando chegou à mata, não teve coragem de enfiar a faca naquela lindíssima jovem inocente que, afinal, nunca fizera mal a ninguém.
Deixou-a fugir. Para enganar a rainha, matou um veadinho, tirou o coração e entregou-o a ela, que quase explodiu de alegria e satisfação.
Enquanto isso, Branca de Neve fugia, penetrando cada vez mais na mata, ansiosa por se distanciar da madrasta e da morte.
Os animais chegavam bem perto, sem a atacar; os galhos das árvores se abriam para que ela passasse.
Ao anoitecer, quando já não se agüentava mais em pé de tanto cansaço, Branca de Neve viu numa clareira uma casa bem pequena e entrou para descansar um pouquinho.
Olhou em volta e ficou admirada: havia uma mesinha posta com minúsculos sete pratinhos, sete copinhos, sete colherezinhas e sete garfinhos. No cômodo superior estavam alinhadas sete caminhas, com cobertas muito brancas.
Branca de Neve estava com fome e sede. Experimentou, então uma colher da sopa de cada pratinho, tomou um gole do vinho de cada copinho e deitou-se em cada caminha, até encontrar a mais confortável. Nela se ajeitou e dormiu profundamente.
Os donos da casa voltaram tarde da noite; eram sete anões que trabalhavam numa mina de diamantes, dentro da montanha.
Logo que entraram, viram que faltava um pouco de sopa nos pratos, que os copos não estavam cheios de vinho…Estranho.
Lá em cima, nas camas, as cobertas estavam mexidas…E na última cama — surpresa maior! — estava adormecida uma linda donzela de cabelos pretos, pele branca como a neve e face vermelha como o sangue.
— Como é linda! — murmuraram em coro.
— E como deve estar cansada — disse um deles —, já que dorme assim.
Decidiram não incomodar; o anão dono da caminha onde dormia a donzela passaria a noite numa poltrona.

Contos, fabulas e historinhas: Branca de Neve

Na manhã seguinte, quando despertou, Branca de Neve se viu cercada pelos sete anões barbudinhos e se assustou. Mas eles logo a acalmaram, dizendo-lhe que era muito bem-vinda.
— Como se chama? — perguntaram.
— Branca de Neve.
— Mas como você chegou até aqui, tão longe, no coração da floresta?
Branca de Neve contou tudo. Falou da crueldade da madrasta, da sua ordem para matá-la, da piedade do caçador que a deixara fugir, desobedecendo à rainha, e de sua caminhada pela mata até encontrar aquela casinha.
— Fique aqui, se gostar… — propôs o anão mais velho.
— Você poderia cuidar da casa, enquanto nós estamos na mina, trabalhando. Mas tome cuidado enquanto estiver sozinha. Cedo ou tarde, sua madrasta descobrirá onde você está, e se ela a encontrar… Não deixe que ninguém entre! É mais seguro.
Assim começou uma vida nova para Branca de Neve, uma vida de trabalho.
E a madrasta? Estava feliz, convencida de que beleza de mulher alguma superava a sua.
Mas, um dia, teve por acaso a idéia de interrogar o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondeu com voz grave:
— Na mata, na casa dos mineiros, querida rainha, está Branca de Neve, mais bela que nunca!
A rainha entendeu que tinha sido enganada pelo guarda: Branca de Neve ainda vivia! Resolveu agir por si mesma, para que não houvesse no mundo inteiro mulher mais linda do que ela.
Pintou o rosto, colocou um lenço na cabeça e irreconhecível, disfarçada de velha mercadora, procurou pela mata a casinha dos anões. Quando achou, bateu à porta e Branca de Neve, ingenuamente, foi atender.
A malvada ofereceu-lhe suas mercadorias, e a princesa apreciou um lindo cinto colorido.
— Deixe-me ajudá-la a experimentar o cinto. Você ficará com uma cintura fininha, fininha — disse a falsa vendedora, com uma risada irônica e estridente, apertando cada vez mais o cinto.
E apertou tanto, tanto, que Branca de Neve se sentiu sufocada e desmaiou, caindo como morta. A madrasta fugiu.
Pouco depois, chegaram os anões. Assustaram-se ao ver Branca de Neve estirada e imóvel.
O anão mais jovem percebeu o cinto apertado demais e imediatamente o cortou. Branca de Neve voltou a respirar e a cor, aos poucos, começou a voltar a sua face; melhorou e pôde contar o ocorrido.
— Aquela velha vendedora ambulante era a rainha disfarçada — disseram logo os anões.
— Você não deveria tê-la deixado entrar. Agora, seja mais prudente.
Enquanto isso, a perversa rainha, já no castelo, consultava o espelho mágico e se surpreendeu ao ouvi-lo dizer:
— No bosque, na casa dos anões, minha querida rainha, há Branca de Neve, mais bela que nunca.
Seu plano fracassara! Tentaria novamente.
No dia seguinte, Branca de Neve viu chegar uma camponesa de aspecto gentil, que lhe colocou na janela uma apetitosa maçã, sem dizer nada, apenas sorrindo um sorriso desdentado. A princesinha nem suspeitou de que se tratava da madrasta, numa segunda tentativa.
Branca de Neve, ingênua e gulosa, mordeu a maçã. Antes de engolir a primeira mordida, caiu imóvel.
Dessa vez, devia estar morta, pois o socorro dado pelos anões, quando regressaram da mina, nada resolveu.
Não acharam cinto apertado, nem ferimento algum, apenas o corpo caído.
Branca de Neve parecia dormir; estava tão linda que os bons anõezinhos não quiseram enterrá-la.
— Vamos construir um caixão de cristal para a nossa Branca de Neve, assim poderemos admirá-la sempre.
O esquife de cristal foi construído e levado ao topo da montanha. Na tampa, em dourado, escreveram: “Branca de Neve, filha de rei”.
Os anões guardavam o caixão dia e noite, e também os animaizinhos da mata – veadinhos, esquilos e lebres —todos choravam por Branca de Neve.
Lá no castelo, a malvada rainha interrogava o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
A resposta era invariável.
— Em todo o mundo, não existe beleza maior.
Branca de Neve parecia dormir no caixão de cristal; o rosto branco como a neve e de lábios vermelho como sangue, emoldurado pelos cabelos negros como ébano. Continuava tão linda como enquanto vivia.
Um dia, um jovem príncipe que caçava por ali passou no topo da montanha.
Bastou ver o corpo de Branca de Neve para se apaixonar, apesar de a donzela estar morta. Pediu permissão aos anões para levar consigo o caixão de cristal. Havia tanta paixão, tanta dor e tanto desespero na voz do príncipe, que os anões ficaram comovidos e consentiram.
— Está bem. Nós o ajudaremos a transportá-la para o vale. A donzela Branca de Neve será sua.
Com o caixão nas costas, puseram-se a caminho.
Enquanto desciam por um caminho íngreme, um anão tropeçou numa pedra e quase caiu. Reequilibrou-se a tempo.
O abalo do caixão, porém, fez com que o pedaço da maçã envenenada, que Branca de Neve trazia ainda na boca, caísse. Assim a donzela se reanimou. Abrindo os olhos e suspirando se sentou e, admirada, quis saber:
— O que aconteceu? Onde estou?
O príncipe e os anões, felizes, explicaram tudo.
O príncipe declarou-se a Branca de Neve e pediu-a em casamento. Branca de Neve aceitou, felicíssima.
Foram para o palácio real, onde toda a corte os recebeu.
Foram distribuídos os convites para a cerimônia nupcial. Entre os convidados estava a rainha madrasta — mas ela mal sabia que a noiva era sua enteada. Vestiu-se a megera suntuosamente, pôs muitas jóias e, antes de sair, interrogou o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o fiel espelho:
— No seu reino, a mais bela é você; mas a noiva Branca de Neve é a mais bela do mundo.
Louca de raiva, a rainha saiu apressada para a cerimônia. Lá chegando, ao ver Branca de Neve, sofreu um ataque: o coração explodiu e o corpo estourou, tamanha era sua ira.
Mas os festejos não cessaram um só instante. E os anões, convidados de honra, comeram, cantaram e dançaram três dias e três noites. Depois, retornaram para sua casinha e sua mina, no coração da mata.

Contos, fabulas e historinhas: Branca de Neve

Fonte
Alfabetização : livro do aluno / Ana Rosa Abreu ... [et al.] Brasília : FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000. 3 v. : 128 p. n. 2.
Conteúdo: v.1: Adivinhas, canções, cantigas, parlendas, poemas, quadrinhas e trava-línguas; v.2: contos, fábula, lendas e mitos; v.3: textos informativos, textos instrucionais e biografias. 1. Alfabetização. 2. Ensino fundamental. 3. Escola pública. I. Abreu, Ana Rosa II. Aratangy, Claudia Rosenberg III. Mingues, Eliane IV. Dias, Marilia Costa V. Durante, Marta VI. Weisz, Telma VII. FUNDESCOLA VIII. MEC-SEF.
CDD 379.24
© 2000 Projeto Nordeste/Fundescola/Secretaria de Ensino Fundamental
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida desde que citada a fonte.

Curiosidades
A história de Branca de Neve faz parte do folclore popular alemão e teve como seus compiladores os Irmãos Grimm. Esse material foi publicado entre os anos de 1812 e 1822, juntamente com outras histórias, no volume entitulado: Contos de Fadas para Crianças e Adultos (Kinder unde Hausmaërchen).
Branca de Neve pode ser caracterizado como um conto maravilhoso (histórias que apresentam um elemento mágico, sobrenatural).
Algumas das histórias dos autores:
- O lobo e os sete cabritinhos
- Rapunzel
- João e Maria
- Os músicos de Bremen
- Rumpelstiltskin
- Mesinha-ponha-se, o asno de ouro e porrete-pule-do-saco
- As viagens do Pequeno Polegar
- A raposa e os gansos
- O pobre e o rico
- A boa sopa
- A inteligente filha do camponês
- A lua azul
- A escolha de uma esposa
- A Bela Adormecida
- Os Sete Anões e a Branca de Neve
- O príncipe e o sapo
- O Flautista de Hamelim
- O Chapeuzinho Vermelho
- A Gata Borralheira

A cigarra e a formiga


A tartaruga e a lebre


A Arca de Noé





Esta história é muito,
Muito antiga.
Eu li
Num livrão grande do papai,
Que se chama Bíblia.
É a história de um homem chamado Noé.

Um dia, Deus chamou Noé.
E mandou que ele construísse
Um barco bem grande.
Não sei por quê,
Mas todo mundo chama esse barco
De Arca de Noé.
Deus mandou
Que ele pusesse dentro do barco
Um bicho de cada qualidade.

Um bicho, não. Dois.
Um leão e uma leoa...
Um macaco e uma macaca...
Um caititu e uma caititoa...
Quer dizer, caititoa não,
Que eu nem sei se isso existe.
E veio tudo que foi bicho.
Girafa, com um pescoço
Do tamanho de um bonde...

Tinha tigre de bengala.
Papagaio que até fala.
E tinha onça-pintada.
Arara dando risada,
Que era ver uma vitrola!
E um casal de tatu-bola...

Bicho d´água, isso não tinha,
Nem tubarão, nem tainha,
Procurando por abrigo.
Nem peixe-boi nem baleia,
Nem arraia nem lampreia,
Que não corriam perigo...

E zebra, que parece cavalo de pijama...
E pavão, que parece um galo
Fantasiado pra baile de carnaval.
E cobra, jacaré, elefante...
E paca, tatu e cutia também.
E passarinho de todo jeito.
Curió, bem-te-vi, papa capim...

E inseto de todo tamanho.
Formiga, joaninha, louva-a-deus...
Eu acho que Noé
Devia Ter deixado fora
Tudo que é bicho enjoado,
Como pulga, barata r pernilongo,
Que faz fiuuummm no ouvido da gente.
Mas ele não deixou.
Levou tudo que foi bicho.

Tinha peru, tinha pato.
Tinha vespa e carrapato.
Avestruz, carneiro, pinto...
Tinha até ornitorrinco.
Urubu, besouro, burro.
Gafanhoto, grilo, gato.
Tinha abelha, tinha rato...

Quando a bicharada
Estava toda embarcada,
E mais a família do Noé todinha,
Começou a cair uma chuvarada.
Mas não era uma chuvarada
Dessas que caem agora.
Você já viu uma cachoeira?
Pois era igualzinho
A uma cachoeira caindo,
Caindo, que não acabava mais.

Parecia o Rio Amazonas despencando.
E aquela água foi cobrindo tudo, tudo.
Cobriu as terras, cobriu as plantas, cobriu as árvores, cobriu as montanhas.
Só mesmo a Arca de Noé, que boiava em cima das águas, é que não ficou coberta.

E mesmo depois
Que passou a tempestade
Ficou tudo coberto de água.
E passou muito tempo.
Todo mundo estava enjoado
De ficar preso dentro da Arca,
Sem poder sair nem um bocadinho.

Os bichos até começaram a brigar.
Que nem criança,
Que fica muito tempo dentro de casa
E já começa a implicar com os irmãos.
O gato e o rato
Começaram a brigar nesse tempo
E até hoje não fizeram as pazes.

Até que um dia...
Veio vindo um ventinho lá de longe.
E as águas começaram a baixar.
E foram baixando, baixando...

E Noé teve uma idéia.
Mandou o pombo
Dar uma volta lá fora
Para ver como estavam as coisas.
Os pombos são ótimos para isso.
Eles sabem ir e voltar dos lugares,
Sem se perder, nem nada.

Por isso é que Noé escolheu o pombo
Para esse trabalho.
O pombo foi e voltou
Com uma folhinha no bico.

E Noé ficou sabendo
Que as terras já estavam aparecendo.
E as águas foram baixando
Mais e mais...

Então a Arca pousou
Sobre um monte.
E todo mundo pôde sair
E todo mundo ficou contente.
E todos se abraçaram
E cantaram.

E Deus pendurou no céu
Um arco colorido,
Todo de listras.

E esse arco queria dizer
Que Deus era amigo dos homens,
E que nunca mais
Ia chover assim na terra.
Você já viu, depois da chuva,
O arco-íris redondinho no céu?
Pois é pra sossegar a gente.
Pra gente nunca mais
Ter medo da chuva!

A escolinha do Mar





A escola de dona Ostra fica lá no fundo do mar.
Nesta escola, as aulas são muito diferentes.

O Dr. Camarão, por exemplo, dá aulas aos peixinhos menores:
- Um peixe inteligente presta atenção àquilo que come. Não come minhoca com anzol dentro. Nunca!

O peixe elétrico ensina a fazer foguetes:
- Quando nosso foguete ficar pronto, vamos à terra.
Os homens não vão a Lua?

E o maestro Villa-Peixes ensina aos alunos lindas canções:
“Como pode o peixe vivo
Viver fora d’ água fria...”

Os alunos desta escola não são apenas peixes.
Há, por exemplo, Estela, a pequena estrela-do-mar, tão graciosa, que é a primeira aluna da aula de balé.

Há Lulita, a pequena lula, que é a primeira em caligrafia porque já tem, dentro dela, pena e tinta.

E há o siri-patola, que só sabe andar de lado e por isso nunca acompanha a aula de ginástica.

Mas nem todos os alunos são bem-comportados.
Quando o Dr. Camarão se distrai, escrevendo na concha, Peixoto, o peixinho vermelho, solta bolhas tão engraçadas que os outros riem, riem.
O Dr. Camarão se queixa:
- Estes meninos estão ficando muito marotos, fazem estripulias nas minhas barbas!

No fim do ano, Dona Ostra, que é uma professora muito moderna, leva seus alunos para uma excursão pelo fundo do mar.

Naquele ano, os preparativos para a excursão foram animadíssimos.
Vocês sabem, o melhor da festa é esperar por ela.

Um grande ônibus foi contratado para levar os alunos e professores.
Ônibus marítimo, é claro, puxado por cavalos-marinhos.

No dia da partida, todas as mamães foram despedir-se dos filhinhos e todas faziam muitas recomendações:

- Veja lá, hein? Não vá chegar à beira do ar, e cuidado com as gaivotas!
- Meu filho, não chegue perto do peixe-elétrico quando ele estiver ligado. É muito perigoso!
- Adeus, adeus, boa viagem, aproveitem bem!

E eles aproveitaram mesmo.
Que beleza é o fundo do mar!
E como aprenderam!
- Veja, dona Ostra, que peixão tão grande, dando de mamar ao peixinho!

- Aquilo não é peixe, não, é uma baleia. As baleias são de outra família. Aparentadas com o homem. Por isso dão de mamar aos filhotes.

E aprenderam muitas outras coisas.
Viram os peixes-voadores, que davam grandes mergulhos no ar; viram os golfinhos, que são parentes das baleias, inteligentíssimos.

E os tubarões, muito emproados, que andam sempre com seus ajudantes, os peixes-pilotos.

O mais emproados de todos é o Barão Tubarão.
Mora num grande castelo de madrepérola, com seu filho, o Tubaronete.

Naquela noite, acamparam perto do castelo do Barão.
Todos ajudaram a armar o acampamento e, quando tudo ficou pronto, juntaram-se e começaram a cantar;
“Roda, roda, roda,
pé, pé, pé.
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré...”

Ouvindo aquela cantoria, o Tubaronete veio espiar o que havia.
Ele era um peixe muito mal-educado, não ia á escola, nem nada, era um verdadeiro “play-peixe”.

Começou a caçoar de todos, a imitar o jeito de cada um, que é uma coisa muito feia.
Dona Ostra ficou aborrecida.
- Olhe aqui, menino, se você quiser, pode ficar, mas tem que se comportar direitinho, como os outros.

Tubaronete era mesmo muito mal-educado.
Avançou para dona Ostra, vermelhinho de raiva:
- Eu não preciso de vocês, seus peixes de água doce, seus peixes de lata!

E arrancou a pérola de dona Ostra e fugiu, espirrando água para todos os lados.

Dona Ostra se pôs a chorar:
- Ai, minha pérola! Como é que vou passar sem ela? Já estava tão acostumada...

- Ah, dona Ostra, não se aflija, não - disse Peixoto, que, apesar de pequenininho, era muito valente.
- Eu vou já ao castelo buscar a pérola. Se ele não devolver, falo com o pai dele!
Dona Ostra empalideceu:
- Ai, não vai não! Eu tenho tanto medo de tubarão, ainda mais de tubarão barão.
- Eu vou, sim. Se a gente ficar de braços cruzados, sua pérola não volta nunca mais.

Chegando ao palácio do Barão, Peixoto bateu as barbatanas com toda a força:
PLAC, PLAC, PLAC!
Veio atender ao portão uma senhora enguia, de uniforme preto e touquinha branca na cabeça.

- Boa noite, dona Cobra, diga ao Tubaronete que aqui está o Peixoto, que quer falar com ele sem demora – disse o peixinho.

- Cobra, não! Dobre a língua, ouviu? Meus patrões não têm tempo a perder com senhores Peixotos...
E foi entrando, sem querer escutar o que Peixoto estava dizendo.

Mas Peixoto não desanimou.
Rodeou a casa até que encontrou uma janela meio aberta e foi entrando, mesmo sem convite.
Lá estavam o Barão e o Tubaronete jantando.
Peixoto, com o coração batendo muito, adiantou-se:
- Desculpe, seu Barão, eu ir entrando assim, mas tenho umas contas a ajustar aqui com o seu filho. Cadê a pérola de dona Ostra? Devolva já, já!
Tubaronete até engasgou de susto:
- Eu ia devolver, eu ia, sim! Tome a pérola, eu estava brincando...

O Barão Tubarão levantou-se, furioso:
- De que é que vocês estão falando? Pelo que vejo, o senhor meu filho já aprontou mais uma das suas! É a vergonha da família Tubarão!
Vou-lhe aplicar um castigo tremendo!

Peixoto ficou com pena de Tubaronete:
- Olhe, seu Barão, eu acho que o Tubaronete é assim, por que ele não sabe nada. Por que é que ele não vai á escola como os outros peixes?

O Barão não disse nada, mas, no ano seguinte, Tubaronete foi o primeiro aluno que se matriculou na escola de dona Ostra.

Faz muito tempo que essa história se passou.
Tubaronete já não é mais aquele peixe sem educação que era naquele tempo.

Ele, agora, é aluno de dona Ostra, dos mais aplicados.
É ele quem apaga a concha para os professores, e é agora o melhor amigo do Peixoto.

Os dois combinaram que, quando se formarem, vão ser sócios.
Vão fundar uma grande agência de turismo, para fazerem sempre outras viagens pelo fundo do mar.

Borba, o gato






Borba, o gato, e Diogo, o cão, eram muito amigos.
Desde muito pequenos foram criados no mesmo quintal e, assim, foram ficando cada vez mais unidos.

Brincavam de pegador, de amarelinha e de mocinho e bandido.
Essa era a brincadeira de que eles mais gostavam.
Ás vezes, Borba era o mocinho e Diogo o bandido.
Outras vezes, era o contrário.

Vocês já ouviram falar que duas pessoas brigam como cão e gato?
Pois os nossos amigos nunca brigavam, apesar de serem realmente cão e gato.

De vez em quando, Diogo arreliava um pouquinho Borba, cantando:
- Atirei o pau no ga-to-to, mas o ga-to-to não morreu-reu-reu...
Mas o Borba nem ligava e eles continuavam amigos.

Quando chegou a hora de irem para escola, Diogo, que era um cão policial, resolveu estudar na escola da polícia.

Borba foi cantar a mãe:
- Sabe, mamãe? Eu também vou ser policial.
Dona Gata riu:
- Onde é que já se viu gato policial?
- Ora, mamãe, se existe cachorro policial, por que é que não pode haver gato policial?

Dona Gata explicou:
- Meu filho, gatos são gatos, cachorros são cachorros.
Existe gato siamês, gato angorá...existiu até aquele célebre Gato-de-Botas.
Mas gato policial, isso nunca houve.

- Mas, mamãe, só porque nunca houve não quer dizer que não possa aparecer um.
Afinal, é a minha vocação...

Diogo, todos os dias, trazia exercícios para fazer em casa:
- Hoje eu tenho que descobrir quem é que rouba o leite da casa de dona Marocas. Você quer me ajudar?

Borba sempre queria.
Mas, cada vez que ia ajudar seu amigo, arranjava uma boa trapalhada...
Mas o Borba não desistia:
- Sabe, Diogo?
Eu tenho escutado uns barulhos muito estranhos, de noite. Deve ser algum ladrão. Vamos ver se a gente pega?

E os dois saíram, de madrugada, para pegar o ladrão...
Que não era ladrão nenhum, era só o padeiro!

A mãe de Borba já estava zangada:
- Vamos acabar com esses passeios no meio da noite!
Criança precisa dormir bastante!

- Mas, mamãe, todos os gatos andam à noite pelos telhados.
- Isso são os gatos grandes. Você ainda é muito pequeno.
- Ah, mamãe, assim você atrapalha minha carreira!
E Borba continuava a treinar para policial.

E explicava a Diogo:
- Eu preciso reabilitar a raça felina.
Em todas as histórias, os ratos são bonzinhos e os gatos são malvados. Veja os desenhos animados.
Veja Tom e Jerry! É uma injustiça. Eu vou mostrar a todo mundo que os gatos são grandes homens, quer dizer, grandes gatos...

O tempo passou e Diogo recebeu seu diploma. Ganhou uma linda farda e todas as noites fazia a ronda do bairro:
- PRIIIUUUUU! PRIIIUUUUU!...

Borba ainda tinha esperanças de vir a ser um policial e por isso saía sempre com o seu amigo.
Uma noite, quando vinham passando pela casa do seu Godofredo, viram alguma coisa muito suspeita no telhado:

- O que é aquilo? – perguntou Diogo.
- Desta vez juro que é um ladrão.
- Mas eu não sei subir no telhado.
Como é que eu faço?
- Quem não tem cão caça com gato – disse o Borba.
- Deixa que eu vou.

E subiu pela calha como só os gatos sabem fazer.
Aproximou-se do ladrão por trás e ...
- MIAAAUUUUUU!

O ladrão levou tamanho susto que despencou do telhado, caindo bem em cima do Diogo.
O Borba ainda gritou:
- Cuidado, Diogo!
Se ele te pega, faz cachorro-quente!

Mas o ladrão, que era o ladrão de galinhas, estava tão assustado que não conseguiu nem fugir.

- Está preso em nome da lei! – disse Diogo, todo satisfeito, pois era o primeiro ladrão que ele prendia.

Borba vinha descendo do telhado, todo orgulhoso.
Toda a vizinhança aplaudia os dois amigos:
- Agora podemos dormir sossegados!

Diogo levou seu prisioneiro para a delegacia e explicou, direitinho, como é que tinha prendido o ladrão.

O delegado quis logo conhecer o Borba e deu a ele uma condecoração:
- Parabéns, seu Borba!
O senhor daria um grande policial!

Borba piscou para o Diogo.
E foi admitido na corporação, mesmo sem fazer o curso.

Afinal, ele já tinha dado provas de ser um bom policial.
E ganhou o cargo de guarda dos telhados.

E agora, todas as noites, enquanto Diogo vigia as ruas, Borba cuida do seu setor.

A rua deles é a mais bem guardada da cidade.

Pois tem um policial na rua e um no telhado:
Borba, o gato.

Festa dos Caipiras




Coelho Orelhudo
- Ai ai ai, como dói a minha barriga!!! Já estou novamente com fome!

Ursinho Pimpão - Olá Coelho Orelhudo, que bom que veio para a Festa dos Caipiras! Mas você me parece tão estranho...

Coelho Orelhudo - Olá Ursinho Pimpão, você por aqui? Já encontrei alguns amigos que moram pela redondeza, mas até agora não vi nenhuma comida. Ai Ai, que fome!

Ursinho Pimpão - Ih! Calma, Orelhudo, a festa só vai começar mesmo depois do casamento do Nhô Bento com a Nhá Ana Maria, mas é preciso saber esperar...

Coelho Orelhudo - Mas isso vai demorar muito? Meu estômago já está roncando.

Ursinho Pimpão - Acho que não, pois a turma toda da roça já se enfeitou. Os cavalheiros estão de chapéu e suas damas todas com trancinhas, uma beleza, você já os viu?

Coelho Orelhudo - Sinceramente, não consigo ver mais quase nada, de tanta fome. Mas quando cheguei, notei que a noiva estava chorando atrás da barraquinha, por que será?

Ursinho Pimpão - É verdade Orelhudo, ela está chorando porque perdeu o seu véu. A coitadinha está tão bonita, mas realmente, casar sem véu não dá!

Coelho Orelhudo - Mas isso não pode ser um problema, vamos agora chamar o noivo para ela consolar, dar alguns beijinhos e logo se casar.

Coelho Orelhudo e Ursinho Pimpão - Nhô Bento, Nhô Bento! Venha consolar a Nhá Ana Maria!

Coelho Orelhudo - Puxa, que bom que ele ouviu! Mas que romântico, já estão até dando beijinhos.

Ursinho Pimpão - Silêncio! A cerimônia do Casório vai começar.

Coelho Orelhudo - Não agüento ver estas lindas cenas, vou chorar! Buaaa buaaaa!!!

Ursinho Pimpão - Calma, Orelhudo, a festança já vai começar.

Coelho Orelhudo - Snif snif! Nessas ocasiões eu sempre me emociono. Mas agora já estou bem porque logo mais poderei comer! Será que vai ter bolo de cenoura?

Ursinho Pimpão - Ah, isso eu não sei, mas olhe rápido para trás, pois o balão já vai subir.

Coelho Orelhudo - Ehhh! E “viva que alegria o rojão vai explodir”!

Coelho Orelhudo e Ursinho Pimpão - Bummmmmmm!!!!

Flor da Mamãe



Ursinho Pimpão
- Mamaaãezinha! Mamãezinha! Já chegamos em casa e eu trouxe os meus amigos, o cavalo Malhadão e a tartaruga Uga-Uga.

Tartaruga Uga-Uga - Ih, Pimpão, parece que ela ainda não chegou das compras.

Ursinho Pimpão - É mesmo! Então vamos esperar e ver algumas fotos minhas, de quando eu era pequeno. Vocês vão se divertir! Sentem-se e fiquem à vontade.

Cavalo Malhadão - Ah não, eu não vou esperar ninguém, vou embora almoçar.

Tartaruga Uga-Uga - Calma, Malhadão! E obrigada Ursinho amigo, vá pegar as fotos, que eu cantarei um pouco para acalmar o cavalo - “lá , lá , lá, lá...”

Cavalo Malhadão - Uga-Uga, eu já te disse para não cantar mais! Ai meu ouvido!

Ursinho Pimpão - Aqui estão as fotos! Essa primeira foi na escola maternal, quando eu me fantasiei de cravo e a minha prima foi a rosa, fizemos uma homenagem ao dia das mães, com uma música linda.

Tartaruga Uga-Uga – Oh, que gracinha, você está tão fofinho. Será que ainda se lembra dessa música?

Ursinho Pimpão - Mais ou menos, mas vou tentar cantar – “Sou pequenino, sou criancinha, sou seu filhinho minha mamãezinha, Sou sementinha e vou crescer, com muita água vou florescer” - iiiiih o restante me esqueci! Ah, depois eu me lembro.

Cavalo Malhadão - Ahhhh! Eu não agüento mais ouvir vocês cantando tão mal. Tchau, vou comer que eu ganho mais.

Ursinho Pimpão - Tchau, Malhadão! Que pena que o cavalo não tem paciência.

Tartaruga Uga-Uga - Oh, Pimpão! Deixe ele ir comer, assim ficará mais calmo. E eu quero ver mais fotos desse álbum, deixe eu virar algumas páginas. Oh! E esta daqui, o que está fazendo com seus amigos?

Ursinho Pimpão - Estávamos brincando de esconde-esconde em um parque muito grande.

Tartaruga Uga-Uga - Puxa, Pimpão, deve ter sido muito divertido se esconder atrás do mato, das árvores e das flores!

Ursinho Pimpão - Uga-Uga, você falou certo, foi muito divertido!

Dona Ursa - Olá meus queridos! O que estão fazendo?

Ursinho Pimpão - Oi mamãezinha, estamos vendo algumas fotos.

Tartaruga Uga-Uga - Olá dona Ursa, a senhora se lembra quando o Pimpão se vestiu de flor e cantou uma canção em sua homenagem?

Dona Ursa - Claro que sim, eu até chorei de tanta emoção, nunca mais vou esquecer do meu filho cantando – “hoje sou cravo, sou margarida, sou sua flor minha mamãe querida” – ah, que gracinha!

Ursinho Pimpão - Nossa, mãe, é verdade, você chorou muito, foi emocionante mesmo. Eu até lembrei da outra parte da letra: “Com muito amor, muito carinho, pura amizade e alguns beijinhos”

Tartaruga Uga-Uga - Oh, que linda canção, mas agora eu quero ouvi-la inteira!

Coelho de Algodão



É uma pena que as nossas matas, os rios e até as cenouras já não são mais as mesmas. Dessa vez o ser humano exagerou cortando tantas árvores, queimando as verdes matas, poluindo os rios. O que será do nosso futuro e dos animais? Conheço um coelho branquinho, fofinho demais, mas parece de algodão e já está reclamando dessa situação.

- O que está acontecendo com as cenouras? Elas não têm mais sabor. Vai ver que estão colocando produtos químicos com exagero. Hummmm que gosto ruim (hark hark). Não sei mais o que comer. Vou à casa do meu vizinho Orelhudo, talvez ele tenha algo bom.

– Orelhudo, Orelhudo, aqui é seu vizinho, Algodão!

- Já estou indo... Olá, amigo Algodão, que prazer em vê-lo, entre. Que bom que apareceu em minha casa.

- Querido Orelhudo, vim saber se as suas cenouras também estão com um gosto ruim. Não consigo comê-las.

- É, realmente já não se faz mais nada como antigamente. Mas eu encontrei um lugar bem distante que tem umas cenourinhas gostosinhas e um ótimo matinho.

- É mesmo? Me ensina que eu quero conhecer!

- Mas é muito longe, se prepare levando água para tomar no caminho. Vou te fazer um mapa para ficar mais fácil e cuidado para não tropeçar nas pedras e galhos.

- Ótima idéia a do mapa, assim eu não me perderei. Fique sossegado, pois não irei tropeçar em nada e ainda vou trazer mais cenouras para você também.

- Obrigado! Aproveite e prove uma dessas.

- Hum (harg harg), são realmente deliciosas, você é um grande amigo.

- Aqui está o mapa. Estude-o bem e qualquer dúvida me pergunte.

- Puxa, que vizinho legal. Mas está muito sol, vou tentar colocar um chapéu. Mas onde ele está? Ai meu dedo! Ah que bom, achei o chapéu. Ah, hum, ai, ah, não entra mesmo, minhas orelhas grandes não deixam, que pena!

O Coelho Algodão enfrentou a enorme caminhada com alguns tropeções e, chegando ao local, viu que era muito especial, pois a natureza ainda estava preservada.

- Que maravilha, estou no paraíso! Isso é que é vida saudável. Ahh, que ar puro! E ainda com essas cenouras saborosas! (harg harg).

É realmente importante cuidarmos com carinho da nossa Mãe Natureza!

Aonde Está o Saci?



Nas antigas histórias do folclore brasileiro, as lendas permanecem vivas. Às vezes acreditamos que esses personagens existem mesmo e até sentimos um certo medo! Foi assim com os amigos Pimpão e Uga-Uga, que resolveram viajar pelo Brasil e conhecer mais de perto o nosso folclore!

- Amigo Pimpão, é verdade que existe mesmo o Saci Pererê?

- Claro que não, Uga-Uga! São lendas criadas pelo povo.

- Mas eu ouvi dizer que o Saci existe sim, e que tem só uma perna, usa um gorro vermelho e até fuma cachimbo!

- Não são histórias verdadeiras, mas são bonitas, culturais e muito interessantes. Vou comprar um livro especial do folclore para você! Por exemplo, também existe a história da Mula Sem Cabeça que galopa sem parar e ainda lança fogo pelas ventas!

- Nossa, estou ficando com medo! E se eles aparecerem por aqui? Vamos sair correndo ou fazer novas amizades?

- Claro que tentaremos conversar para sermos amigos! Mas como eu havia dito, não se preocupe porque eles não irão aparecer nunca!

- Então, quem é aquele moço correndo com os pés para trás?

- Nossa, é o Curupira!

- Mas, Pimpão, você não disse que eles não existem?

- É, Uga-Uga, eu falei, mas acho que estava errado!

- E aquele negrinho pulando com um pé só, parece o Saci Pererê!

- É ele mesmo! Vamos embora daqui! Esse lugar está ficando estranho!

- Mas, Pimpão, você disse para fazermos amizade com eles!

- É, Uga-Uga, eu falei, mas vamos deixar para outro dia, pois já está ficando tarde e agora vamos correr....

O Pato Holandês e Seus Amigos



Bem distante, em uma linda selva, viviam alguns animais ferozes e outros bem mansos. Da Onça e da Cobra não dava nem para chegar perto, mas o Pato Holandês e o Macaco João eram alegres, amigos e estavam sempre conversando!

- Não entendo, a Pantera sempre se arruma para sair e nunca sabe aonde ir. Mesmo assim vou dar a ela de presente de aniversário uma bolsa nova! O que acha, Macaco João?

- É uma boa idéia, amigo Pato Holandês, talvez assim ela encontre um bom lugar para passear. Ahaha! E a sua vizinha, Girafa, continua sabendo tudo que acontece na sua casa?

- Sim, ela é tão alta, nem consigo me esconder, pois sempre ela me acha. Mas o mais difícil é não dormir direito quando a Arara e os Passarinhos resolvem cantar de madrugada! Você já ouviu?

- Já ouvi algumas vezes! Mas será que eles não sabem que é proibido fazer barulho depois das 10 horas da noite?

- Acho que não, mas vou avisá-los! Ontem eu até ouvi a Hiena dando risada quando o sol estava nascendo.

- É mesmo, amigo? Essa selva é divertida e cheia de histórias diferentes. Você já viu o Elefante jogando bola com o Gorila Japonês? Ahahah!

- AhAh! Ainda não, João! Mas deve ser muito engraçado os dois gordos tentando correr atrás da bola!

- Ahaha! É realmente uma piada, ahah! A nossa conversa está ótima, mas está chegando a hora do almoço, vou sair pulando de galho em galho e pegar algumas bananas, você quer vir comigo?

- Agora não vai dar, pois estou com muito calor e irei até o rio para nadar um pouco! Tchau, querido amigo, até amanhã!!

- Tchau, amigo Pato Holandês, divirta-se muito!

Chapeuzinho Vermelho


Chapeuzinho Vermelho

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.

Um dia, sua mãe pediu:

- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?

cestinha na mesa

- Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!

- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.

- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!

E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.

Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...

lobo escondido atr·s da ·rvore

Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:

- Onde vai, linda menina?

lobo rindo

- Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?

O lobo respondeu:

- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para preteger criancinhas como você.

- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um lobo mau andando por aqui.

- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.

- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.

E o lobo respondeu:

- Este será nosso segredo para sempre...

E saiu correndo na frente, rindo e pensando:

lobo correndo

(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que delícia!)

Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:

- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!

- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.

A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...

lobo disfarçado de vovó

Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo muito doente. Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.

- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua voz de sempre.

- Obridada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).

Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:

- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?

- É prá te olhar melhor, minha netinha.

- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande?

- É prá te cheirar melhor, minha netinha.

- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?

- São para te acariciar melhor, minha netinha.

(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina não parava de perguntar...)

- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?

- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!!

lobo comilão

- Uai! Socorro! É o lobo!

A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.

Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.

Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.

Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:

- Acho que o lobo devorou minha avozinha.

caçador- Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta espécie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...

Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó inteirinha, vivinha.

- Viva! Vovó!

E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.

vovó de skateChapeuzinho dançando

"O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso caçar borboletas, posso brincar na floresta."

João e Maria


Era uma vez um menino chamado João e sua irmã Maria, que moravam em uma casa perto da floresta.

João com carrinhosMaria pintando

Um dia, sua mãe pediu que fossem buscar galhos secos para acender o fogo. Não pecisavam trazer muitos, apenas o bastante para acender a lareira.

- Não vão muito longe. Os galhos que temos aqui perto já servem, não vão se perder por aí...

- Pode deixar, mamãe, vamos voltar logo!

E lá se foram os dois procurar gravetos secos por ali, entre várias brincadeiras. Não queriam ir longe, mas estavam tão curiosos com a floresta que resolveram arriscar só um pouquinho.

Maria teve uma idéia genial: foi marcando todo o caminho, para saber por onde voltar: assim não iriam se perder. E bricaram à vontade.

Já estava querendo escurecer quando resolveram voltar. Maria foi logo procurando os pedacinhos de pão que deviam estar marcando o caminho, mas...

passarinhos bicando o chão

Os passarinhos que moravam ali estavam achando ótimo aquele lanchinho, e não deixaram nem um miolinho de pão sobrar. Não havia como achar o caminho de volta para casa. A idéia de marcar o caminho tinha sido ótima, mas não com pedacinhos de pão.

- Agora estamos os dois com fome e perdidos!

irmãos abraçados

Andaram de um lado para outro, mas nada de encontrar o caminho de casa, cada vez mais escuro.

lua dormindo

A noite já tinha chegado, quando João teve uma boa idéia:

- Vou subir na árvore mais alta e ver se encontro alguma casa para passarmos a noite.

Maria achou ótimo, pois já estava muito assustada com os ruídos da noite na floresta. E João encontrou alguma coisa:

- Tem uma luz daquele lado! Vamos lá ver!

Os dois correram na direção da luz acesa da casa mais próxima.

Ao chegarem, viram uma velhinha que parecia muito boazinha e sorridente.

velhinha com bengala- Venham cá! Venham, meus amiguinhos. Aqui vão encontrar muita comida gostosa.

(os dois estavam morrendo de fome)

Então viram a casa de perto:

casa doce

- Uuuuau!

As paredes eram de chocolate com castanhas, o telhado era de brigadeiro, as portas de biscoito fresquinho, as janelas de gelatina, tudo enfeitado com caramelo, sorvete e balas coloridas. Uhmmm!

velhinha com bengala- Comam tudo, meus amiguinhos, é para vocês. Depois podem descansar em camas fofinhas e bem quentinhas. Amanhã acharemos a casa de vocês.

E os dois obedeceram contentes, e acabaram dormindo cansados de um dia tão cheio.

Acordaram antes do sol nascer, pensando que estavam na maravilhosa casa de doces.

Mas, que nada:

Casa assombrada

A casa tinha desaparecido como se fosse mágica. Em seu lugar havia uma horrível casa de bruxa, com morcegos e tudo.

Uma gargalhada terrível vinha da escada, por onde chegou a bruxa malvada com sua coruja:

Bruxa feia

- Pensaram que iam escapar, não? Vão ficar presos aqui para sempre, e nunca mais vou deixar que voltem para casa. Ha! Ha! Ha!

A bruxa mandou Maria para a cozinha preparar comida para todos: agora ela era a empregada da casa. Tinha que fazer todo o serviço, se não...

Prendeu João numa gaiola e disse:

- Menino: trate de ficar bem gordinho! Quando estiver pronto, vai virar o meu jantar especial. Ha! Ha! Ha!

Maria foi a primeira a reparar que a bruxa malvada não enxergava bem. Tudo ela trazia bem perto dos olhos para ver direito.

Para saber se João estava engordando bem, toda noite chamava o menino e mandava que mostrasse o seu dedinho da mão. Apertava bem, e dizia que ainda estava muito magrinho.

- Maria! Faça mais comida! Ele tem que engordar. Depressa!

João, preso na gaiola já nem sentia fome, de tão triste que estava. Queria voltar a ser livre, correr solto com seus amigos e brinquedos. Lembrava bem como isso era bom.

João lembrando como brincava de avião

Maria tentava encontar uma saída para os dois, enquanto fazia o serviço sem nenhum brinquedo. Tinha saudades de tudo em casa mas, como enganar a bruxa e fugir?

Maria com saudade do bonequinho

Foi na cozinha que teve uma idéia:

frango no espeto

Colocou para assar no espeto uma galinha, escondendo um ossinho comprido e bem fininho.

Quando levou a comida para João, disse a ele bem baixinho, para a bruxa não escutar:

- Esconda este ossinho para fingir que é seu dedo bem magrinho e enganar a bruxa. Ela não enxerga quase nada...

- Quietos aí! Quem disse que podem conversar?

Desse dia em diante, João sempre mostrava o ossinho para a bruxa apertar quando ela queria saber se ele já estava bem gordinho.

- Maria! Esse menino está magro como um palito. Faça mais comida!

E Maria fazia muitas coisas para que os dois ficassem bem fortes para poder fugir.

Em toda parte, a menina procurava o lugar onde a bruxa escondia a chave da gaiola, mas não conseguia encontrar.

chave

Tudo agora dependia da força de João para fugirem dali.

Naquela noite, João se esforçou muito, e acabou conseguindo soltar a grade da gaiola. Tinha ficado bem forte, e a bruxa nem sabia disso.

Os dois correram para se esconder na floresta antes que a bruxa acordasse.

Na luz do dia, conseguiram achar o caminho de casa, e nunca mais voltaram naquele lado da floresta.

Essa história ouvi de meu avô João, nas férias. Será que ele viveu todas essas aventuras quando era criança?

Vovô e João pescando

Dona Baratinha


vassoura varrendo

Era uma vez uma baratinha que varria o salão quando, de repente, encontrou uma moedinha:

baratinha contentemoedinha- Obá! Agora fiquei rica, e já posso me casar!

Este era o maior sonho da Dona Baratinha, que queria muito fazer tudo como tinha visto no cinema:

noivos se beijando com Cupido

Então, colocou uma fita no cabelo, guardou o dinheiro na caixinha, e foi para a janela cantar:

baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais

Um ratinho muito interesseiro estava passando por ali, e ficou imaginando o grande tesouro pote de ouroque a baratinha devia ter encontrado para cantar assim tão feliz.

Tentou muito chamar sua atenção e dizer: "Eu quero! Eu quero!" Mas ele era muito pequeno e tinha a voz muito fraquinha e, enquanto cantava, Dona Baratinha nem ouviu.

Então chegou o cachorro grande, com seu latido forte, foi logo dizendo: - Eu quero! Au! Au!

Mas, Dona Baratinha se assustou muito com o barulhão dele, e disse:

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E o cachorrão foi embora.

O ratinho pensou: agora é minha vez! Mas...

elefante

- Eu quero, disse o elefante.

Dona Baratinha, com medo que aquele animal fizesse muito barulho, pediu que ele mostrasse como fazia. E ele mostrou:

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E o elefante foi embora.

O ratinho pensou novamente: "Agora é a minha vez!", mas...

Outro animal já ia dizendo bem alto: "Eu quero! Eu quero!"

E Dona Baratinha perguntou:

- Como é o seu barulho?

puma- GRRR!

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E vieram então vários outros animais: o rinoceronte, o leão, o papagaio, a onça, o tigre ... A todos Dona Baratinha disse não: ela tinha muito medo de barulho forte.

E continuou a cantar na janela:

baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais

Também veio o urso, o cavalo, o galo, o touro, o bode, o lobo, ... nem sei quantos mais.

A todos Dona Baratinha disse não.

Já estava quase desistindo de encontar aquele com quem iria se casar.

Foi então que percebeu alguém pulando, exausto de tanto gritar: "Eu quero! Eu quero!"

ratinho se esgoelando

- Ah! Achei alguém de quem eu não tenho medo! E é tão bonitinho! - disse a Dona Baratinha. Enfim, podemos nos casar!

Então, preparou a festa de casamento mais bonita, com novas roupas, enfeites e, principalmente, comidas.

Essa era a parte que o Ratinho mais esperava: a comida.

O cheiro maravilhoso do feijão que cozinhava na panela deixava o Ratinho quase louco de fome. Ele esperava, esperava, e nada de chegar a hora de comer.

ratinho verde de fome

Já estava ficando verde de fome!

cozinheiro destampando panela grande

Quando o cozinheiro saiu um pouquinho de dentro da cozinha, o Ratinho não aguentou:

- Vou dar só uma provadinha na beirada da panela, pegar só um pedacinho de carne do feijão, e ninguém vai notar nada...

Que bobo! A panela de feijão quente era muito perigosa, e o Ratinho guloso não devia ter subido lá: caiu dentro da panela de feijão, e nunca mais voltou.

Dona Baratinha ficou muito triste que seu casamento tenha acabado assim.

No dia seguinte, decidiu voltar à janela novamente e recomeçar a cantar, mas...

Desta vez iria prestar mais atenção em tudo o que era importante para ela, além do barulhão, é claro!

baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais