Não havia nada mais engraçado para mim do que ver o palhaço lá no circo dando piruetas e fazendo graça!
Ah como gostava de ir ao circo, tudo era muito divertido.
Começava já na entrada na fila para comprar a pipoca.
Tinha de todas as cores e isso me encantava.
Ficava cismando como seriam os pés de milho de todas as cores.
Minha inocência ia além e tinha pena da mulher barbada e dos anões também.
Neste dia, que era um domingo fomos para o circo, eu meu irmão maior e meus dois primos.
Eles haviam chegado para passar as férias conosco.Estavam ansiosos para ir ver os palhaços de tanto que eu falava neles O espetáculo foi lindo, os trapezistas no alto dava arrepios...
Foram feitas todas as apresentações, mas percebi que faltava o meu palhaço preferido!
Quando saímos do circo, fui até a bilheteria e perguntei para a moça o que havia acontecido?
Ela ficou surpresa e disse-me como eu sabia?
Sabia o que?
Ora sobre o palhaço Mequetrefe!
Não sei nada disse eu, apenas não o vi no espetáculo e como gosto muito dele...
Bem vá até aquele trailer que ele mora lá e saberá o que aconteceu.
Fomos todos embora meu irmão achasse perda de tempo.
Ora bolas ir atrás de um palhaço, mas foi comigo mais meus dois primos
Bati na porta e uma menina abriu.
Eu queria falar com o Mequetrefe disse eu, meio acanhado.
Entre disse ela.
Para meu espanto todos os outros palhaços estavam lá.
Veio até mim um senhor de meia idade, com os olhos inchados e vermelhos.
Chorava? Pensei eu?
O que deseja menino?
É que não vi o senhor no espetáculo e gosto muito de suas brincadeiras, disse eu.
Meu filho agradeço e muito você ter vindo até aqui mas hoje não pude fazer o espetáculo.
Não arrisquei perguntar porque, fiquei com vergonha.
Mas quando já ia me despedindo, ele se dirigiu a mim e disse-me:
-Menino, palhaços também choram.
E com os olhos cheios de lágrimas contou-me.
-Hoje logo cedo recebi a noticia que meu filho mais velho havia ido para o céu ao encontro de seu Deus.
Para mim foi tão triste,e chorei muito.
Agora estou bem melhor, pois todos nós teremos que ir um dia.
Não se sabe qual mas iremos, portanto não conseguiria transmitir alegria para voceis pois meu coração esta muito triste ainda.
-Fiquei tão emocionado que abracei –o calorosamente como se fosse um parente meu.
Voltamos para casa e vinha pensando;:
É palhaço também chora!
Ora bolas todos nós também.
Chorar como diz minha mãe faz bem!
Você coloca toda a dor que esta sentindo para fora
Sempre fiz assim e me sinto melhor depois.
Quase voltei lá para falar com ele novamente, mas pensei;
-Palhaço também chora, ele sabe das coisas.!
O Palhaço que Chorava
O ESPANTALHO E A ESPIGA
Era uma vez uma cidade muito bonita, onde as famílias viviam muito felizes! As casas eram grandes, os quintais todos plantados com arvores de muitas frutas que se chamava o pomar. Além deste pomar havia também uma área muito grande toda plantada de milho e cana.
As crianças tinham animais de estimação como cachorrinhos, porquinhos e filhotes de cavalo também. Todos aprendiam cedo a montar num cavalo, sabiam tirar leite da vaca e cuidar dos bezerrinhos até uma certa idade. Tinham suas tarefas, mas nem por isso deixavam de ir a escola.
Saiam de casa cedo e caminhavam até lá, levando seus lanches nas mochilas, só voltando na hora do almoço. Estavam todos muito felizes com a preparação da festa junina que sempre era muito bonita e cheia de atividades. Faziam os pares e a professora os treinava na famosa quadrilha.
Cantavam também em duplas tocando violão, pois aprendiam com os pais., que também dançavam a quadrilha. Havia doces e salgados de todos os tipos, principalmente de milho que era o que plantavam. No meio desta algazarra toda, existia uma pessoa que andava meio triste. Ah...quem seria? Acredite se quiser, o Sr. Espantalho...
É, ele ficava no meio do milharal para espantar os pássaros que vinham bicar as espigas, afugentando-os. Uma manhã salvou uma bela Espiga de Milho que vários pássaros estavam espreitando.
- Obrigado, Sr.Espantalho, por ter me salvado. Estou muito grata.
Era muito educada esta Espiga sempre agradecia e pedia por favor, pois assim aprendera com seus pais.
- Posso fazer alguma coisa pelo senhor?
- Pensando bem, pode sim, respondeu o Sr. Espantalho.
- Pois diga então...
Chegou-se até ela e falou bem baixinho perto de seu ouvido.
Oh...oh.. repetia a Espiga.
- E então aceita?
- Sim de minha parte tudo bem, mas vou pedir permissão para minha mamãe.
E assim chegou o dia da Festa Junina no Arraial. Quase toda a cidade estava lá, comendo bebendo o suco de cidra quentinha e cantando. Foi anunciada a primeira quadrilha. Vieram as crianças e foi muito bonito tudo. Veio a segunda dos pais, foi também muito bonita. Ai chegaram os pares para cantarem as modas de viola. Estavam no palco todo feito com os caixotes das frutas, enfeitado com bandeirinhas, e um bambu enorme em forma de arco e muito enfeites com legumes e espigas de milho.
Era o costume, pois também agradeciam a colheita que haviam tido, por isso usavam estes enfeites. Mas eis que de repente, no meio da música que estavam cantando, apareceu quem? O Sr espantalho e a Espiga de Milho... Dançaram muito bem e bastante até o final quando já o chapéu dele escorregava da cabeça... Estavam lindos os dois, a Espiga toda enfeitada e de trancinhas.
Todos os presentes adoraram e bateran muitas palmas, eu diria que mais para eles do que para a quadrilha. Foi então que as crianças entraram no meio fizeram uma roda e os colocaram dentro. É não devíamos ter esquecido deles, afinal fazem parte da família da cidade e nos ajudaram bastante. A festa prosseguiu animada o resto da tarde.
A lição ficou, mesmo que pareçam insignificantes certas coisas são importantes em nossas vidas, como por exemplo...
O Espantalho e a Espiga!
A FÁBRICA DA LARANJA
É tão bonito de se ver, tanto quanto um vaso de flores.
- O quê, mamãe?
- Uma cesta cheia de frutas.
- Frutas, mamãe?
- É isso mesmo.
- Vou te contar uma estória sobre frutas.
- Uma vez havia uma fruteira cheia de frutas na sala de minha avó. Eram tão lindas que eu imaginei que elas conversavam. Encostei minha cabeça na mesa para ouvir a conversa. Sabe o que estava acontecendo? Elas estavam brigando...
- Brigando mamãe?
- Sim, meu filho, brigando.
- Dizia a banana para o mamão:
- Você está vermelho demais, é de vergonha eu creio.
- Nada disso - respondeu ele - pensa que não vi! você está cheia de pêlos e muito branquinha, por isso tem inveja de mim porque eu sou corado.
- Você não sabe nada... – respondeu a banana - não tenho pêlos seu bobinho, são as proteções para minha polpa.
Enquanto isso a pêra empurrava o abacaxi reclamando:
- Chega pra lá, você está arranhando a minha pele macia e delicada.
- Cala a boca, sua chata. – respondeu o abacaxi – você é que quer ficar grudadinha em mim só para sentir o meu perfume gostoso. Vamos, fala a verdade!
A pêra se afastou amuada. A ameixa reclamou da grosseria do abacaxi. A maçã foi logo se afastando para não entrar na confusão. O melão discutia com o cacho de uva que dizia:
- Vou falar com a dona da fruteira. Ela precisa separar as frutas. Estas frutas espinhosas – olhou para o abacaxi – têm de ficar com as de cascas duras amarelas – e olhou para o melão. Senão as frutas delicadas como o mamão, a dona pêra, a dona maçã serão esmagadas.
E assim continuaram a brigar, sem perceber a tristeza da laranja encostadinha neles. Pensava a laranja:
- Ninguém gosta de mim. Sempre escolhem a banana, o mamão e a dona maça. Não devo ter graça nenhuma.
Nesse momento entraram na sala de jantar, minha vovó, meu irmãozinho menor e o teu tio Pedro.
Sentaram-se ao meu lado sem se importar comigo ali deitada fingindo que dormia.
- Veja Pedro, - disse pegando a laranja na mão, - Esta é uma laranja. Quando você a pega na mão, assim, parece que não tem nada, não é mesmo?
- Suco vovó.
- Não meu querido, não é só isso. Veja o que a vovó vai fazer com uma laranja
Pegou a laranja e cuidadosamente tirou a casca. Depois tirou gomo por gomo e colocou no pratinho.
- Veja Pedro vou mostrar a você a fábrica de garrafinhas que a laranja tem.
- Fábrica de garrafinhas?
- Isso mesmo, veja.
Com cuidado tirou a pele do gomo e foi tirando as garrafinhas cheias de suco.
- Que coisa bonita vovó?
- E agora vamos à casca. Vamos parti-la em tirinhas deixa-las de molho e mais tarde farei tirinhas de casca de laranja açucaradas.
- Puxa! quanta coisa não é vovó?
- Ali, fingindo que dormia, meu filho, aprendi muito. Às vezes você está no meio de tantos e se sente nada. Mas sempre há alguém que vem e mostra a você o seu valor chegando ao seu coração.
- Como a laranja mamãe?
- Isso mesmo, filho.
- Sabe meu querido, devemos comer de todas as frutas. É claro que há alguma que o seu corpinho não aceita.
- É, eu sei, por causa da alergia não é mesmo?
- Isso meu querido.
- Sabe mamãe, lá na escola vamos fazer uma salada de frutas. Vou aproveitar para contar a estória para eles.
Na fruteira a laranja estava feliz.
- Puxa não sabia que eu tinha uma fabriquinha dentro de mim...
E agora amiguinhos, vamos comer frutas?
Dentinho de Leite, sem café.
Estava um dia muito chuvoso e frio aquele dia.
Ficamos todos reunidos na sala grande onde podíamos jogar,
falar a vontade e brincar muito também.
Não tínhamos muita diferença de idade, eu com oito anos,
Vitor com seis anos, Marcelo com quatro anos.
Como sempre na hora do lanche minha mãe trazia coisas gostosas
E nos fartávamos de comer.
Foi quando Marcelo meu irmão menor começou a gritar que algo tinha prendido em seu dente...
Minha mãe correu na hora e com muita cautela conseguiu tirar o que havia ficado preso em seu dente.
Terminado o drama todo mamãe exigiu que fossemos escovar os dentes e muito bem escovados repetia.
Voltamos à sala e ela sentou-se conosco, pois queria falar com todos.
-Vejam meu filho o que aconteceu com Marcelo foi muito simples, apenas algum alimento enroscou no dentinho dele que ainda é de leite.
Que dizemos todos ao mesmo tempo!
De Leite, o dente?
-Sim nossos primeiros dentinhos assim são chamados e caem facilmente para dar lugar aos outros que nascerão.
São dentinhos frágeis e o dele já estava soltando por isso que enroscou o alimento nele.
Esta praticamente caindo e mais tarde iremos ao dentista para que ele tire de vez o dentinho.
Existem muitas historias sobre o dente de leite.
Uma delas é que se você joga-lo para o telhado de sua casa, ganhará um presente!
É claro que vocês não acreditam nisto.
-Mamãe já que tem dente de leite, tem de café também?
Claro meu filho existem crianças que têm quase todos de café.
E como eles são perguntei,
--Ora são aqueles que estão doentes...
Mas como doentes mamãe?
-Quando você não escova os dentes, come bala demais.
É preciso ira ao dentista sempre fazer uma limpeza nos dentes, colocar Flúor um remedinho para protegê-los.
Não se vai ao dentista só quando dói o dente,
Veja por exemplo vou levar o Marcelo para acabar de sair o dentinho de leite, mas ele não esta com dor.
E nem com medo perguntei?
-Não tenho medo não, pois sempre que vou ao dentista não sinto dor nenhuma e até ganho parabéns.
-Entenderam porque peço que vocês escovem os dentes bem escovados.
Se não fizerem logo estarão com dente de café e daí para o pior, pois poderão ter caries, ou seja, pequenos buraquinhos nos dentes tendo mais trabalho a ser feito no dentista.
Foi aí que Marcelo levantou-se e disse:
-Mamãe e dente de manteiga também tem?
Todos riram, pois o café da manhã estaria completo agora!
E você já escovou seus dentes hoje?
Abraço.
ORA, UM CARRINHO...
Nada mais desagradável do que ser chamada na escola. O que seria de tão importante assim. Claro meu filho era a coisa mais importante para mim. Depois de ouvir a coordenadora falar por mais de uma hora, sai de lá com a cabeça fervendo. Tanta coisa dita, ele é apenas uma criança!
Chegando em casa minha mãe estava nos visitando.veio para uma xícara de chá. Que bom pensei eu, vou conversar com ela. Assim sendo, após o chá, sentamos na pequena saleta de televisão e conversamos por horas. A tarde quando meu filho chegou, chamei-o para conversarmos.
- Meu filho quero saber varias coisas de você; primeiro, porque você pegou o carrinho de seu amiguinho? Segundo : onde está o carrinho? Quero que me conte calmamente o que está acontecendo.
- Mamãe, peguei sim o carrinho do Junior. E sabe por quê?
- Não disse eu.
- Porque ele tem muitos, eu tenho também, mas aquele daquela cor eu não tinha.
- Meu filho, onde está este carrinho?
- Na estante, mamãe, junto aos outros carrinhos.
- Veja meu filho, porque você não me pediu ao seu pai para comprar este carrinho?
- Porque sabia que vocês iriam dizer: - amanhã ou depois eu compro.
- Então você está precisando aprender algumas regras. Não se deve pegar nada de ninguém, isto é roubo. Você já pensou se eu for ao supermercado e começar a pegar o que bem entender e sair sem pagar? Serei presa, é roubo. Não é porque está te faltando alguma coisa que você vai e pega! Fui chamada hoje na escola por causa disso e me senti muito envergonhada, pois amo muito você meu querido.
- Então penso que a culpa é minha.
- Não mamãe fui eu que peguei...
- Sim eu sei, mas talvez eu não tenha te ensinado a não fazê-lo. Você vai crescer muito ainda, e quero que aprenda que não se tira nada de ninguém. Peça se for o caso.
- E se eu achar mamãe.
- Procure o dono, tudo tem dono.
- Você gostaria de perder alguma coisa?
- Não, é claro.
- Entenda meu querido, não pegue nada de ninguém e nem aceite coisas de estranhos. Nem sempre podemos dar tudo que os filhos querem, fazemos o possível. Quero que peça para nós e entenda nossa resposta. E agora vamos devolver o carrinho para o Junior.
E ele o fez sem constrangimento, pois em sua cabecinha não havia nada de mais. A noite conversando com meu marido, até rimos do episódio.
- Ora, um carrinho.
- Mas é assim que começa, do nada.
Vendo toda a corrupção que anda por aí fica até meio sem sentido a lição que dei ao nosso filho. É mas quero que a preserve a vida toda.
- Apenas uma criança de 4 anos, mas como dizia mamãe : E cedo que se torce o cipó!
O GATINHO LAMBÃO
Todos na ninhada eram fofinhos que dava gosto de ver. A mamãe gata de nome Mimi estava muito orgulhosa de seus filhotes. Era muito bem tratada na casa que morava , e seus donos a queriam muito bem. Porém ela não estava sabendo que havia um problema... não iriam ficar com todos os filhotes!
Toda vez que a família tentava resolver, as crianças que eram três, não cediam, cada uma queria ficar com um filhote. Certo tudo bem. Mimi, que ouviu tudo, começou a pensar o que poderia fazer.
Mesmo sendo um animal também era doloroso ter que se separar de um de seus filhos, já que a família tinha intenção de ficar com três!
Sendo assim começou a preparar os filhotes para ficar sem a mamãe.
Estavam ainda na fase de mamar, e Mimi já ia pensando como iria fazer. Logo que começaram a tomar leite no pratinho e até a mordiscar alguma coisinha, ela começou suas lições.
-Crianças - disse ela na linguagem de gato - ouçam o que a mamãe tem para ensinar a vocês. Primeiro devem se comportar muito bem, principalmente se não for aqui em casa. Não pulem nos sofás e nem mordam os chinelos ou qualquer coisa que não nos pertença. Nunca tirem nada ou escondam. Sejam bem educados que todos vão perceber e gostar de vocês. Na hora de comer, prestem muita atenção comam devagar e procurem manter a boquinha fechada. Não miem de boca cheia é muito feio, assim como ser guloso.
Mamãe Mimi ia dando lições aos filhotes todos os dias. Mas existe sempre o danadinho teimoso que insiste em fazer justamente ao contrário. Ele era fofinho muito branquinho e danadinho também. Arranhava as paredes, subia nos sofás e quando podia comia a comida dos irmãos também.
Na casa o chamavam de Lambão, pois vivia lambendo tudo que via pela frente. A gata Mimi ficava muito triste com isto. Certa tarde o Lambão começou a passar mal. Vomitando ficando muito tristonho. Foi ai então que sua mamãe começou a tratá-lo e ao mesmo tempo ensinando algumas coisinhas mais.
- Veja meu filhotinho, você não pode sair por ai comendo tudo que encontra pela frente. Lambendo qualquer coisa que vê. Todos precisam tomar cuidado com sua alimentação, não é para ficar comendo o tempo todo e qualquer coisa. Acredito que você fez umas misturas erradas e então está doente agora. Beba somente água e a noite vamos ver se melhorou.
- É assim mesmo, meus amiguinhos, tomem cuidado com o que comem e com o que bebem também. Não aceitem nada de estranhos, não bebam fora de casa a não ser em companhia de seus familiares. Existem muitas pessoas malvadas que gostam de prejudicar os outros. Muitas delas colocam certas coisas em alimentos e em bebidas, e depois você passa mal. A vida é assim, cuidado com o que come, bebe e mesmo ouve e pensa. Sendo assim teremos uma vida saudável e não ficamos doentes.
Esta era a fala da professora na sala de aula aquele dia. E Pedrinho lembrou do gatinho lambão lá de casa. É bem verdade que ele estava doente, também comia e lambia tudo que via pela frente!
- Coitadinho do Lambão...
Era apenas um gatinho, mas creio que aprendeu a lição.
O BESOURO E A JOANINHA
No cantinho e bem no fundo da casca da dona árvore, estava o besouro, pensando consigo mesmo. Pensava e dizia baixinho só para si:
- Como, como poderei fazer para que a Joaninha, tão lindinha, preste atenção em mim!
- Gostaria de voar com ela, passear pelo bosque e até parar nas flores...
- Como, como poderei fazer se ela foge de mim quando tento chegar perto!
- Será que ela tem medo de mim?
E assim ficava ali triste e pensativo roendo a casca da árvore não se juntando mais aos outros besouros, que saiam e passeavam voltando felizes para a árvore. Eis que um dia de repente, o besouro teve uma idéia!
- É isso mesmo dizia, sou muito grande e ela como é pequenina tem medo de mim quando me aproximo...
- Vou dar um jeito nisto já já...
E assim pensando o besouro saiu da casca da árvore e foi para o bosque. Procurou um lugar cheio de galhos entrou no meio deles.Tanto se enrolou e bateu que acabou perdendo uma de suas antenas, que eram bem fortes!
Voltou para a casca da árvore com um pouco de dificuldade, parecendo ser difícil a direção a tomar. De nada adiantou, pois ainda sentia-se grande e desajeitado. Voltou ao bosque e tentou encurtar suas perninhas: - ora se dona lagartixa se arranja muito bem, eu também posso - dizia o besouro.
Quando amanheceu o outro dia, o besouro sentia-se mal, não conseguia voar direito e as perninhas doíam muito. Ficou ali no cantinho da casca, quando seu papai veio ao seu encontro.
- Mas o que aconteceu com você?
- Meteu-se em briga?
- Não papai, disse o besouro e contou tudo a ele.
- Meu filho disse-lhe o papai.;
- Porque você não conversou comigo antes?
- Eu teria lhe ensinado muitas coisas...
- Saiba que cada um é cada um.Não queira se igualar fisicamente com os outros.
- Podemos, sim, seguir os bons exemplos, mas fisicamente cada um é cada um!
- Você já imaginou a Joaninha tentando entrar na casca?
- Só faltou você pintar suas costas de bolinhas...
- Não faça mais isso meu filho.
Procure ser você mesmo, terá muito mais valor pois não existe outro igual. Portanto seja bom no que você é ou faz.
- Muitas vezes nós não percebemos o que temos de bom, e saímos por ai querendo imitar os outros.
- Entendeu bem o que te expliquei?
- Sim papai, a dor foi grande não vou tentar contra a natureza nunca mais.
- Isso meu filho, assim que se fala.
Passado algum tempo, já recuperado o besouro estava voando no bosque, passou e nem percebeu a joaninha na folha.
- Puxa como ele é forte pensou ela, pena que sou tão pequenina.
- Mas cada um do seu jeito.
E saiu voando batendo as asinhas coloridas num dia de sol maravilhoso onde todos os insetos manifestavam sua alegria.É as mudanças muitas vezes são benéficas, mas também existem algumas que em nada ajudam não ´só os animais mas as pessoas também.
O Fantasma do Lustre
Estávamos todos reunidos na pequena biblioteca de nossa casa. Como era de costume sempre após o jantar fazíamos nossos deveres de escola. Eu, estava às voltas com meus teoremas, minha irmã com sua redação e meu irmão tentando recortar alguma figura para o cartaz de ciências. Ali, entretidos, ouvimos um estalo vindo do alto. Um olhou para o outro e não dissemos nada, apenas balançamos os ombros como que dizendo: que foi? Continuamos concentrados. De repente a luz piscou duas vezes, mas, imediatamente, voltou e ficou normal. Ficamos quietos novamente.
De repente ouvimos um forte assobio... Aí então não deu para ficar quieto, saímos correndo da sala. Fomos direto à sala de estar onde papai e mamãe estavam dando uma olhadinha no jornal.
- Que foi? perguntaram os dois já de pé tal a pressa com que adentramos a sala.
- Tem um fantasma no lustre dissemos os três quase que gaguejando.
- O quê? disse meu pai.
- É um fantasma no lustre!
Acompanhamos meu pai que levou consigo uma escada. Até ai então não entendíamos porque uma escada. Puxa, ele não tinha medo mesmo.
Subiu nela, vimos que apertava alguma coisa e depois delicadamente pegou algo. Desceu.
- Prontos para ver o fantasma?
Grudamo-nos uns nos outros...
- Primeiro: a lâmpada estava meio solta. Apertei-a e agora não vai mais piscar. E aqui está o fantasma que assobiou para vocês.
Abriu a mão e lá estava um inseto pequenino.
- Papai, o que é isso?
- Uma cigarra meus filhos, e elas cantam, assoviam!
Ficamos de boca aberta olhando.
- Então não tem fantasma?
- Claro que não.
Voltamos a outra sala e lá meus pais riam do nosso susto.
Puxa e eu que pensava que tinha um fantasma no lustre!
A janela bateu com o vento e, novamente, saímos correndo.
- Foi a janela - dissemos juntamente com as risadas de meus pais.
Sempre que entro numa biblioteca lembro deste fato, olho para os lustres e procuro o fantasma, ou seja, as cigarras.
Mas que Férias!
Todos de malas prontas e ai nos vamos para as férias tão esperadas.
Saímos em comboio em três carros bem lotados.
As férias prometiam muito, queríamos pescar além de irmos.
para a tal caçada ao tesouro.
Cantávamos e pulávamos apesar de pedirem para que ficássemos
Mais calmos.
É claro que não adiantava nada.
Nosso destino era uma chácara do pai de Otavio nosso colega de escola.
Depois de algumas horas de viagem e de confusão também, lá chegamos.
Era um lugar muito lindo que ficava no meio de montanhas, cheio de vegetação e dava para ouvir os pássaros, daí concluindo-se que deveriam ter muitos.
Ficamos em quartos já preparados para nós.
As camas eram de beliche e cada quarto tinha quatro delas.
O banheiro era logo ao lado do quarto.
Antes de sairmos para fazer o reconhecimento do local, é claro que fizemos uma guerra de travesseiros!
Foi muito legal...
Como bem educados que éramos deixamos depois disto, o quarto em ordem como quarto de anjinhos....
Andamos por perto mesmo e o senhor Antonio ia nos explicando para cada lado o que havia lá.
Logo chegou a hora da janta e notei que escureceu rápido.
Ficou tão escuro que lá fora não se via nada.
Depois da janta ficamos contando historias, mas caindo de sono, pois o dia havia sido cansativo.
Fomos dormir.
O silencio era total, dormimos como anjos mesmo.
Logo cedo após um ótimo café da manhã, nos organizamos para sair com o senhor Antonio.
-Vejam meninos hoje vamos pescar, portanto cada um pegue seu equipamento e me sigam sempre todos juntos.
Depois de andarmos por mais de uma hora, encontramos o riacho que sai de uma enorme cachoeira.
Era lindo ver a água jorrando como se fugindo de algo.
Pescamos andamos nas pedras e até comemos umas frutinhas que nunca tínhamos visto na vida.
É claro que com o consentimento e conhecimento do senhor Antonio.
Fizemos uma refeição tipo piquenique lá mesmo na beira do rio.
Nem havíamos notado que duas senhoras trouxeram os cestos com muitas frutas lanches gostosos recheados de folhas com muito tomate.
Bebemos leite que era fresquinho lá da chácara mesmo.
Na volta viemos cantando e marchando brincando como sempre.
Tomamos nosso banho, e já era hora de jantar.
Como disse escurecia cedo por lá, mas era inverno também.
Esta noite jogamos na sala grande da lareira.
Claro que dormimos novamente como anjos.
Nesta manhã o senhor Antonio nos reuniu e disse-nos:
- Vamos formar dois grupos em passeios diferentes.
Quem quiser ir conhecer as cavernas deste lado.
Quem quiser ir a caça do tesouro deste lado..
E quem quiser ir conhecer os estábulos e suas crias aqui comigo.
Minha turma resolveu pelas Cavernas.
Um rapaz ia nos acompanhar e desta vez não haveria lanche em conjunto cada um recebeu seu farnel com tudo.
Lá fomos nós.
Embreamos-nos pelo mato e tenho certeza que andamos mais de duas horas até chegarmos à entrada das Cavernas.
Era um bloco de pedra a entrada e lá dentro corria um rio muito fininho.
Fazia muito eco também.
Recebemos uma lanterna grande para nos guiarmos.
Será que é muito escuro lá dentro?
Fomos entrando e sentia um cheiro de terra muito forte e barulho de chuveiro, que era da cachoeira bem no meio da Caverna.
Quanto mais íamos entrando mais escuro ia ficando, até que a lanterna ajudava bastante.
Consegui algumas pedras diferentes para minha coleção.
O chão era de areia e do teto gotejava água.
Nós estávamos em quatro mais o guia que sempre estava a nossa frente.
Parecia não se cansar nunca!
Foi quando resolvemos parar para descansar um pouco..
Duas lanternas haviam apagado não sabemos por quê?
Estava escuro, mas não tanto, mais ou menos.
Encostei-se a uma pedra enorme e gelada.
Meus colegas fizeram o mesmo.
Foi quando ouvimos o uivo!
Forte vibrando em toda Caverna!
Agarramos-nos imediatamente...
O que será isto?
De repente farfalhar de asas, algo voando?
Atônitos mantínhamos os olhos bem abertos.
Foi quando as outras lanternas também apagaram...
E agora?
Começamos a falar baixinho entre nós quatro.
Onde estaria o guia?
Ali agarradinhos e amedrontados permanecemos por bem mais de meia hora.
De repente vimos uma lanterna vindo em nossa direção.
Ficamos quietos, mas com um pouco de medo.
Ah, vocês estão aqui disse o guia.
Nem respondemos.
É nossas lanternas não acendem mais.
Achamos melhor ficar e esperar por você.
-Ouviram o uivo perguntou ele?
-Sim o que era?
-O vento neste horário pega um canal e entra com tudo;
É de assustar não é mesmo?
É, respondemos meio que devagarzinho.
-Viram as águias sobrevoando o teto, é lá que fazem os seus ninhos.
-Percebemos sim que havia vôos de aves, mas sem lanternas!
Fomos voltando e as pernas não queriam andar depressa de tão dura que estavam.
Como foi difícil chegar até a chácara.
Depois do banho e do jantar fomos direto para o quarto.
Que aventura não, esqueci até de comer meu lanche.
Ainda bem que ficamos quietos e esperando, para tudo tem resposta palavras de meu avô.
Desta vez o medo não conseguiu nos atingir demais.
Otavio, que barulho é este?
É o outro grupo que esta jogando cartas.
Dorme meu amigo, amanhã tem mais!
Que tal irmos a cata dos tesouros...
O Esconderijo das Galinhas.
Todas as madrugadas minha mãe me levava para a casa de meus avós.O sol não havia parecido ainda era escuro e fresquinho.
Lá eu ficava até a hora de ir para a escola e meus pais iam trabalhar.
Ali eu permaneci toda minha infância e adorava ficar lá.
A casa não era muito espaçosa, mas o quintal era o meu paraíso.Meu avô cuidava muito bem dele
Havia arvores frutíferas, pereiras que carregavam de frutas.As pêras pareciam enferrujadas mas eram bem doces quando maduras.As parreiras eram três, uma de uva preta bem pequenina que meu avô usava muito para fazer vinho.As outras eram rosa e branca.Além de todas as frutas havia uma plantação que a vovó cuidava, com chás e ervas que os vizinhos vinham sempre procurar.
No fundo deste quintal havia um galinheiro com vários tipos de galinhas, brancas vermelhas carijós e uma diferente que não sei bem se eram galinhas de angola.
Só sei que faziam um barulho engraçado!
Neste dia resolvi que iria procurar uma forquilha para o meu estilingue.Nós brincávamos de tiro ao alvo com eles e fazíamos campeonatos para ver quem atirava mais longe a pedra.Nunca usei para maldades.
Subi na goiabeira mais alta e lá fiquei buscando.
De repente avistei num canto do quintal bem no fundo,
Uma mancha branca? Um monte de pedras?-
Ora o que seria?
Fiquei cismado e resolvi descer.
Fui direto ao lugar, e que surpresa!
Era um monte de ovos de galinha!
Corri para dentro da casa e chamei minha avó que não pareceu surpresa.
Levou uma cestinha de palha e pegou os 10 ovos que ali estavam!
Ai então me explicou que as galinhas costumam ter esconderijos no quintal.
-Veja, são ovos diferentes uns dos outros.
E realmente eram.
Mais tarde me chamou e havia feito um bolo gostoso de fubá usando alguns ovos do esconderijo.
Mais uma coisa para eu espiar agora seria os esconderijos das galinhas.
Vida boa aquela na simplicidade sem perigos e com liberdade.
Terminei meu estilingue e mostrei ao meu avô que estava fazendo um banquinho para mim.
-Cuidado menino isto é uma arma, veja lá o que vai fazer com ele!
-Pode ficar descansado vovô.
-Não se esqueça do meu carrinho de rolimãs viu?
Fizemos o campeonato e eu perdi, pudera o meu estilingue estava com defeito.
É claro só pensava em achar esconderijos de galinhas!
Tic Tac do Relógio
O Tic Tac
Vou ouvindo
São as horas
Que passando
Uma a Uma,
Vão tocando!
Bate uma!
Bateu duas
Batem três!
Ainda para as Seis,
Faltam três!
Não esqueci das Quatro
Nem das Cinco!
Tic tac
Vou ouvindo.
Sete horas
Oito Nove e Dez e as
Onze escondidas!
Para as Doze?
Uma retida.
São as horas passando
No relógio
Vão batendo
Tic Tac... Tic Tac...
A Bandinha
Bate, bate tamborzinho,
Bate, bate sem parar.
Quero ver todo mundo
Saindo para marchar!
Toca, toca minha flauta
Leva a musica para o ar
Sempre alerta e todos juntos,
Sairemos a marchar!
Bate, bate o sininho.
Vindo a todos se juntar
Com carinho e respeito,
Nossa bandeira levantar!
O Elefantinho que queria voar!
Eram todos muito unidos, numa família muito grande mesmo.
As brincadeiras dos macacos eram constantes e divertidas.
As cachorrinhas então uma gracinha, todas branquinhas e algumas com a cabeça cor de rosa!
Havia a família das cobras que não se misturavam muito, estavam sempre dormindo e pareciam famintas o tempo todo.
O Urso marrom já estava muito velhinho e quase não saia de seu cantinho, apesar de ainda participar das funções do circo.
Havia também os Elefantes que apesar de serem muito grandes, eram meigos e brincalhões.
Estavam sempre alcançando as coisas com suas trombas compridas.
Esta família tinha um filhinho, um Elefantinho cinza muito engraçadinho.
Já estava em treinamento para participar das funções do circo.
Toda vez que o traziam de volta para seus pais, ele reclamava.
-Não quero ficar dando voltinhas no picadeiro
-E o que você quer fazer? Perguntou seu pai que todo dia ouvia a reclamação do filho.
- Eu quero aprender a voar, papai igual ao trapezista!
Nem preciso dizer que o papai Elefante quase caiu sentado ao ouvir isto.
-Como você quer aprender a voar meu filho?
-Ora, aprendendo com o treinador.
-Filho venha até aqui bem perto de mim e me ouça:
_Não quero que você se aborreça com o que vou lhe dizer.
Preste atenção:
Veja o meu tamanho.
_Sim papai e daí?
_Você vai ficar do meu tamanho e levar as bailarinas em suas costas.
Vai ser muito forte e bonito.
Com todo o peso que terá será muito difícil pular de um trapézio para outro!
_Você quer dizer que serei gordo e não poderei voar?
-Não te chamei de gordo, mas nós os elefantes somos grandes e fortes.
Você já imaginou se o Macaco for carregar as bailarinas nas costas?
-O Elefantinho riu...
-Seria bem gozado e ele ficaria todo desmontado, coitadinho.
-Então meu filho o que te quero dizer é que nem sempre podemos sonhar muito alto, acabamos num tombo.
Porém se deve sonhar dentro daquilo que poderemos ter condições de fazê-lo.
Cada um aqui tem sua família, e são adestrados dentro do que eles podem fazer.
Não fique triste, mas um dia entenderá o que estou te dizendo.
O Elefantinho ficou todo amuado num canto pensando no que havia ouvido.
Teimoso que era, sem que ninguém percebesse entrou no picadeiro.
Àquela hora não havia ninguém.
Se não vou poder quando for grande, farei agora que sou mais leve e menor.
Lá foi ele tentar subir a escada para chegar ao topo do trapézio para voar.
É claro que não conseguiu subir na escada, mas derrubá-la.
Todos correram para ajudar o Elefantinho que estava embaixo da escada.
O pai Elefante chegou e com sua força e tromba tirou-o de lá.
_Como você esta meu filho?Machucou-se muito?
-Mais ou menos papai, acho que quebrei uma de minhas pernas.
Veio o amestrador e medicou o Elefantinho, e ainda pediu desculpas por ter deixado a escada no caminho.
-Nunca esqueço de guardá-la, mas hoje me distrai falava ele para o dono do circo que estava muito bravo.
Já medicado e em seu cantinho, o Elefantinho pensava:
_Que tolo que fui apesar da lição de meu pai.
_Se eu o tivesse escutado não estaria com essa perna toda enfaixada.
E a dor que senti quando a escada caiu!
Não era um sonho de verdade.
Às vezes queremos fazer alguma coisa diferente, só porque vimos outros fazerem.
Pode até ser fazer algo diferente, mas desde que existam possibilidades para isso.
Ouvir o conselho dos pais ou avos até mesmo de amigos é interessante.
Assim adormeceu.
Nos outro dia seus amigos o visitaram e o dono do circo também.
Deu-lhe uns tapinhas nas costas e disse:
-Meu caro Elefantinho tenha mais cuidado, pois conto com você para novas apresentações.
Só você poderá fazê-lo com seu tamanho e força.
Portanto se cuide meu caro.
O Elefantinho ficou tão alegre e percebeu que ser grande e gordo por natureza, também serve para alguma coisa!
_Que voar que nada, vou ficar com minhas patas bem aqui na terra.
É meu amiguinho aprenda com o Elefantinho, não queira ser diferente seja você mesmo e sonhe bastante, mas com muito cuidado!
Um abraço.